Eu
sei que neste ponto me afasto do pensamento da chamada direita
portuguesa, que 'por muito que nos custe a todos' não deixa de ser
republicana. E a república é por natureza unitária, incapaz de
conviver com as diferenças, a sua fórmula imperial é cesarista.
Dito isto compreendemos o equívovo republicano sobre o 'império
português', compreendemos o seu fim quando deixou de ser um espaço
aberto à representação de quem quisesse pertencer-lhe. Esse modelo
só funciona em monarquia. Basta olharmos para a Inglaterra.
Voltando
à regionalização, promessa inscrita no texto constitucional, a
respectiva polémica só se compreende à luz dos factos que acima enumerei. E os argumentos (contra) chegam a ser ridículos: - 'temos as
fronteiras (consolidadas) mais antigas da Europa'! Apontando ao mesmo
tempo para o 'perigo' catalão!
Um
argumento que à semelhança do utilizado pela segunda república -
'Portugal é do Minho a Timor' - só nos dá a garantia de que
caminhamos a passos largos para o Condado Portucalense!
A
discussão tem que ser outra. Em primeiro lugar devíamos aprender
com a experiência das regiões autónomas da Madeira e dos Açores.
A grande dificuldade reside, como é fácil de perceber, no facto de
existirem dois poderes eleitos por voto directo e universal – o
presidente da república portuguesa por um lado e os presidentes das
regiões autónomas por outro. Poderes esses que quando entram em
confronto é sempre um sarilho. Um sarilho republicano. Daí o
alarido que se está a levantar com a proposta do PS de avançar para
a eleição directa dos presidentes das actuais comissões regionais. Marcelo naturalmente reagiu.
É
o eterno problema da república: - quer que tudo vá a votos, mas
depois tem medo dos votos!
Soluções?!
Na
minha modesta opinião, insisto, a autonomia regional é o único
remédio que existe para o centralismo lisboeta e para a corrupção
que lhe anda associada. E consequentemente para o desenvolvimento
daquelas regiões que todos sabemos quais são. Onde não há gente
nem trabalho. Quanto às palavras que não querem dizer nada a
'descentralização' é uma delas. É uma maneira de continuar tudo na mesma. Com a
dita descentralização o Infarmed nunca sairá de Lisboa. Finalmente
o 'perigo catalão' é uma 'doença de abundância'. A Catalunha
tornou-se, através da autonomia, na região mais rica de Espanha.
Nada de confusões. Egoísmo e folclore político é outro assunto.
Saudações
monárquicas
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