quinta-feira, dezembro 12, 2019

Ainda a regionalização...


Eu sei que neste ponto me afasto do pensamento da chamada direita portuguesa, que 'por muito que nos custe a todos' não deixa de ser republicana. E a república é por natureza unitária, incapaz de conviver com as diferenças, a sua fórmula imperial é cesarista. Dito isto compreendemos o equívovo republicano sobre o 'império português', compreendemos o seu fim quando deixou de ser um espaço aberto à representação de quem quisesse pertencer-lhe. Esse modelo só funciona em monarquia. Basta olharmos para a Inglaterra.

Voltando à regionalização, promessa inscrita no texto constitucional, a respectiva polémica só se compreende à luz dos factos que acima enumerei. E os argumentos (contra) chegam a ser ridículos: - 'temos as fronteiras (consolidadas) mais antigas da Europa'! Apontando ao mesmo tempo para o 'perigo' catalão!
Um argumento que à semelhança do utilizado pela segunda república - 'Portugal é do Minho a Timor' - só nos dá a garantia de que caminhamos a passos largos para o Condado Portucalense!

A discussão tem que ser outra. Em primeiro lugar devíamos aprender com a experiência das regiões autónomas da Madeira e dos Açores. A grande dificuldade reside, como é fácil de perceber, no facto de existirem dois poderes eleitos por voto directo e universal – o presidente da república portuguesa por um lado e os presidentes das regiões autónomas por outro. Poderes esses que quando entram em confronto é sempre um sarilho. Um sarilho republicano. Daí o alarido que se está a levantar com a proposta do PS de avançar para a eleição directa dos presidentes das actuais comissões regionais. Marcelo naturalmente reagiu.
É o eterno problema da república: - quer que tudo vá a votos, mas depois tem medo dos votos!

Soluções?!

Na minha modesta opinião, insisto, a autonomia regional é o único remédio que existe para o centralismo lisboeta e para a corrupção que lhe anda associada. E consequentemente para o desenvolvimento daquelas regiões que todos sabemos quais são. Onde não há gente nem trabalho. Quanto às palavras que não querem dizer nada a 'descentralização' é uma delas. É uma maneira de continuar tudo na mesma. Com a dita descentralização o Infarmed nunca sairá de Lisboa. Finalmente o 'perigo catalão' é uma 'doença de abundância'. A Catalunha tornou-se, através da autonomia, na região mais rica de Espanha. Nada de confusões. Egoísmo e folclore político é outro assunto.

Saudações monárquicas

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