Republicanos completamente fiáveis não há. E não há desde logo porque mantêm, consciente ou inconscientemente, aquele recalcamento, filho do egoísmo, e que se traduz na incapacidade de abdicarem do seu direito à chefia de estado em nome de um valor maior - a paz e a prosperidade da comunidade que dizem amar acima de tudo! Neste sentido também são mentirosos. E hipocritamente preferem participar (ou assistir) à luta de galos em que inevitávelmente se transforma qualquer eleição para a chefia de estado. Onde escrevi 'galos' pode ler-se, porque a acepção é mais verdadeira, luta de facções, de interesses, sempre obscuros, em suma, uma luta que tem pouco a ver com a unidade que se pretende na representação do todo nacional. Por isso a ciência política ensina que as repúblicas passaram a monarquias como única solução para acabar com aquela guerra civil latente e assim manter a integridade das pátrias. O intróito acaba aqui e para quem visita estas páginas já não é novo. E vou repeti-lo sempre.
E é desta maneira que entramos nas 'quintas-feiras e nos outros dias' de Cavaco Silva, um dos republicanos mais fiáveis desta terceira república. É verdade que teve os seus pecados políticos, mas só o facto de ter aturado, às quintas feiras, o nosso conhecido engenheiro Sócrates, isso vai dar-lhe algumas indulgências na hora de enfrentar o juízo final. Mas para além de Sócrates aquelas páginas são a melhor legenda para o que acabei de escrever acima. A república é aquilo, é aquela guerra suja, permanente, sejam quais forem os protagonistas. E desta guerra ninguém sai incólume. Nem Cavaco.
Saudações monárquicas
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