quinta-feira, julho 23, 2015

Um rio que corre...

Rui Rio foi ontem entrevistado na RTP Informação e disse de sua justiça. Dois pontos prévios: - detesto o entrevistador a fazer lembrar aqueles delegados de propaganda médica que querem impingir à força os seus produtos - no caso, António Costa, a sua decantada competência para o cargo de primeiro-ministro, e a balela de que se podia fazer tudo o que o governo fez mas melhor! O segundo xarope teve naturalmente a ver com Sócrates e o seu drama! Em ambas as questões, diga-se, Rui Rio não se afundou! Disse o que toda a gente sabe - que os partidos socialistas aumentam sempre a despesa do estado, logo não estão indicados para governar quando se tem que fazer o contrário; e quanto a Sócrates, não estando tão à vontade, reconheceu que o sistema judicial está finalmente a atingir a corrupção, verdadeira praga nacional. Acho que tergiversou um bocadinho, e ainda não vi ninguém não tergiversar(!), quando bateu na tecla estafada das fugas ao segredo de justiça como se a corrupção generalizada respeitasse algum sector de actividade. Mas tirando isso Rui Rio mostrou capacidades e revelou intenções: - a reforma do regime político é a sua grande prioridade no caso de se candidatar e ser eleito. E acrescentou que tenciona realizar tal tarefa através de uma magistratura de influência, activa e permanente, abrindo o debate a toda a sociedade. Espera assim que os partidos políticos se decidam a fazer a necessária reforma!
É aqui que desconfio que as coisas irão azedar e não creio que Rio ou qualquer outro presidente da república tenha a força suficiente para mudar um regime que assenta no tal 'principado' com sede na capital e no...capital!
Aliás mudar o regime ( e não há volta a dar) é voltar à monarquia e duvido que Rui Rio tenha pedalada para fazer isso a partir da presidência da república*. Era bom era...


Saudações monárquicas


*) Ou que pelo menos considere a questão da mudança de regime como uma real possibilidade. E do alto da sua magistratura de influência suscite a necessária revisão constitucional para que isso seja (democraticamente) possível! É o mínimo que se pode esperar de quem estabelece como primeira prioridade a credibilização da política e dos políticos.     

Sem comentários: