Li no Correio da Manhã a coluna
de João Pereira Coutinho onde este justificava a ‘doença da bola’ (que sofremos)
com a situação política social e económica em que vivemos. Concordo com a
justificação mas é preciso inscrever mais qualquer coisa no diagnóstico. Em
primeiro lugar deve dizer-se que a doença é perigosa sendo portanto necessário
denunciar a origem. Não basta dizer, e transcrevo: – ‘É a expressão de um país
acabrunhado que só encontra nas chuteiras uma causa – e um sentido’!*
É preciso descer um pouco mais
fundo. Precisamos de denunciar quem ganha com esta doença, quem está
interessado em perpetuá-la. Para mim não restam dúvidas: - este estado de
coisas interessa sobremaneira ao regime e aos seus apaniguados. Do mais alto
funcionário do estado ao mais baixo nenhum tem interesse em combater a doença.
Ela é a garantia de que tudo continuará na mesma. E se o assunto vem à baila encontram
maneira de o explicar na base de um patriotismo espontâneo comparável ao que
acontece noutros países europeus! Não é verdade. Os outros países europeus
também gostam de futebol mas não andam a reboque das chuteiras. Têm outras
prioridades, desenvolvem-se, crescem, e fazem-no sem dívidas que não possam pagar. Por cá
há sempre dinheiro para alimentar a febre da bola.
Nesta altura recordo o que ouvi dizer sobre os últimos dias de Bizâncio! Com os turcos já perto das
suas muralhas os bizantinos continuavam a matar o tempo a jogar. Os partidos políticos
estavam reduzidos a dois - o partido das quadrigas azuis e o partido das
quadrigas verdes! 'Partidos' que discutiam numa corrida a sorte do império. Que ruiu
fragorosamente como todos sabemos.
Saudações monárquicas
* CM de 18/06/2016
* CM de 18/06/2016
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