Reporto-me aos feriados civis, àqueles que estão no nosso inteiro domínio, que não dependem de concordatas, que dependem apenas da vontade de os celebrarmos ou não, e sobre esses a primeira coisa que me ocorre dizer é o seguinte: - pobre povo (e pobre regime) que precisa de uma justificação económico-financeira para eliminar datas ideológicas cuja única função consiste em justificar a vitória (com todos os direitos e mordomias) de uns quantos portugueses (os vencedores) sobre outros portugueses (os vencidos)! Pobre Pátria que se alimenta do ódio, da propaganda, da divisão, e que para cúmulo não percebe que as celebrações de guerras civis destroem irremediavelmente quaisquer hipóteses de mobilização nacional, quaisquer hipóteses de coesão social. Por último, pobre Portugal, que já não reages, quando se aventa a hipótese de apagar da memória a data da independência (1º de Dezembro) com o paupérrimo (e terrível) argumento que essa data já não diz nada aos portugueses! E incomoda os castelhanos!
Pobre de mim, que nasci no lugar errado e no tempo errado.
Pobre de mim, que nasci no lugar errado e no tempo errado.
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