sexta-feira, setembro 05, 2008

Lembranças da Casa Pia…

Este título tem ressonâncias com outro que fez cartaz num filme de César Monteiro, mas é essa a única semelhança. No mais, fica a memória de uma previsão anedótica feita no início do processo – as vítimas da Casa Pia ainda responderão em tribunal pelas suas queixas!
O óbvio num país onde existem pessoas acima de qualquer suspeita, onde a impunidade tem força de lei escudada nos enredos de um processo feito à medida dos poderosos. A originalidade de haver crime sem criminosos!
Mas isto é latim e ninguém está interessado nesta lenga- lenga, muito embora esbraceje todos os dias contra a insegurança em vigor, sem perceber (porque não lhe convém) a ligação entre uma coisa e outra. Mas ela existe, porque um poder fragilizado no compadrio transmite à população um mau exemplo, acabando por legitimar a transgressão permanente.
Não temos portanto um problema de leis ou de penas, mas temos um problema de coragem para aplicar as leis e as penas que já existem.

Post-Scriptum: Veja-se um exemplo de impunidade e compadrio ao nível mais rasca: - parece que se ‘esqueceram’ de levar à presença de um juiz o adepto do Benfica que invadiu o campo e apertou o pescoço ao fiscal de linha! Em resultado não houve quaisquer consequências para o homenzinho. Terá sido para branquear a violência no futebol?! Foi para não dar má imagem dos adeptos do Benfica?! Ou por outra razão ainda mais ridícula?!
Claro que a partir de agora ninguém tem legitimidade para punir actos semelhantes, encorajando assim os infractores. E quando acontecer alguma coisa mais grave gritam todos - aqui d’El Rei… e eu é que sou monárquico!

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