quinta-feira, maio 22, 2014

Europeu, mas pouco

Estava a faltar uma palavrinha sobre as eleições europeias, acontecimento, imagino eu, que num futuro próximo fará rir os vindouros. Então no caso português, a matéria tem mais a ver com pinóquios e mentiras do que com outra coisa. 
Assim, e para memória futura (pode ser que os vindouros leiam esta página!) vamos lá reafirmar duas ou três verdades que andam por aí silenciadas para que se continue a desconversar sobre economia e finanças! 
Diga-se então alto e bom som que nós aderimos quer à união europeia, quer posteriormente ao euro, por razões exclusivamente políticas. Nunca foi por razões económicas ou financeiras. Portanto, repito, parem de falar em dinheiro. Porque se tivesse sido por razões puramente materiais, a ideia luminosa não teria passado disso mesmo, uma ideia luminosa. De facto não cabe na cabeça de pessoas adultas pensar que se pode viver permanentemente à conta dos outros ou então que ao fim de tantos séculos tínhamos finalmente chegado ao paraíso terreal, onde deixavam de existir países ricos e países pobres! Éramos todos ricos!
Mas descansem que não foi nada disso que aconteceu. O paraíso não é aqui. 
A história há-de um dia revelar que as colónias serviram de moeda de troca para podermos participar no tal projecto europeu, sonho napoleónico que a nossa jacobinagem, com Mário Soares à cabeça, tanto acalenta! Isto apesar dos revezes entretanto sofridos - constituição europeia chumbada, etc, etc.
Na subsequente adesão ao euro também pesaram os argumentos políticos, numa táctica de pequenos avanços, de factos consumados, à revelia da vontade dos povos que compõem as diversas nações europeias. Os portugueses que o digam. A gente a ver que aquilo era tudo uma fantasia, a gente a querer referendos e os comissários e os burocratas a dizerem para termos juízo porque senão vinha aí o fim do mundo! 
Resumindo e concluindo, chega de lamuria contra os mercados, contra as troicas, por este caminho, inevitáveis e duradouras, chega de conversa sobre economês. Quem nos meteu nesta aventura europeia, contrariando aliás o sentido da nossa visão histórica, ou seja, dos nossos interesses estratégicos, sabia muito bem o que estava a fazer. E sabe muito bem para onde quer ir. Portanto, peçam-lhes responsabilidades. Obriguem os políticos a definirem-se. Obriguem os políticos a discutirem uma alternativa fora desta união europeia. Porque esta união europeia (ao melhor estilo napoleónico/soviético) não nos interessa.

Saudações monárquicas     

Sem comentários: