Resignação é um dia
Em que os braços ficam lassos
E a cabeça rodopia…
É altura de parar
Correr o pano, fechar
Inventar outra mania
Adeus pátria desalmada
Minha triste namorada
Vim dizer-te o que sobrou:
Vim dizer-te o que sobrou:
Portugal dos pequeninos
Terra de muitos reizinhos
O interregno acabou!
Republicano de alcunha
Vou partir prá Catalunha
Levo a mesma fantasia
Levo Deus e a sua lei
A liberdade da grei
Levo toda a monarquia!
A liberdade da grei
Levo toda a monarquia!
E se um dia houver um dia
Grande milagre, magia,
A primavera chegar...
Seja em Outubro ou Setembro,
Num primeiro de Dezembro
Eu conto ainda voltar!
(Nota: Os versos nunca estão prontos. Estes estão ainda em obras.
Acabamentos, porque a essência não muda.)
(Nota: Os versos nunca estão prontos. Estes estão ainda em obras.
Acabamentos, porque a essência não muda.)
Folha de obra
Foi com alguma dificuldade que
terminei a ‘resignação’ sendo que ainda é possível fechar a varanda ou pôr uma
escada interior. Trabalho feito em três dias, á vista de todos. Arquitecto em
rimas, prosa às tirinhas, poemas, o maior obstáculo consistiu em meter num
terceto a essência do regime monárquico e o prejuízo da perda. No caso
português, como é óbvio. A deriva catalã explica-se porque o príncipe é
condição necessária para a independência. Embora possa não ser suficiente. Considerar
Deus e a sua lei uma fantasia também não é fácil. A palavra utopia é uma alternativa possível. Espero no entanto que a contradição do discurso possa
transformar ou inverter tudo isso. É uma questão de leitura. O mais importante
é que a ideia e o ritmo se mantenham.
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