sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Quem protege Sócrates?!

Nunca o Sol brilhou tanto em dia de chuva! Até a tabacaria do costume me falhou – ‘já não temos, mais houvesse’!
Tive que o desencantar noutro sítio, não para ler aquilo que já todos conhecemos, mas para me certificar que as notícias estavam lá, escarrapachadas, como era suposto estarem. Ou talvez fosse o prazer de andar com elas, as escutas, debaixo do braço, e ser interpelado, como fui – ‘onde é que conseguiu descobrir o jornal!’

Mas deixemos o Sol e olhemos para o título do postal: - Afinal, quem protege Sócrates?!
Ou dito de outra maneira – Quem manda em Sócrates?! Que incumbências lhe destinaram?!
Posta assim a questão, a resposta pode ser académica – quem manda em Sócrates são os eleitores, são eles que o protegem, e foram eles que o incumbiram de governar.
Um aluno mais afoito, daqueles que acabam o curso com vinte valores, poderia até acrescentar que este tipo de perguntas se pode colocar a propósito de qualquer primeiro-ministro. O que é verdade.
Porém, o que não é verdade, e não me lembro de ocorrência semelhante, é esta ‘trapalhada’ imensa onde jaz submerso o governo… e os restantes órgãos de soberania!
A que não escapa o próprio regime!
E digo isto face à desorientação geral e perante a incapacidade de encontrar uma resposta à altura das circunstâncias.
É como se não estivesse a acontecer nada de importante!
A gravidade da situação é precisamente essa.

Aqui d’el Rei!
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Nota pertinente: - Já depois de publicado este postal tomei conhecimento de uma iniciativa do Bloco de Esquerda para fiscalizar a liberdade de expressão na Madeira! Nada mais a propósito para desviar as atenções do primeiro-ministro!
Não me vou entreter com estas manobras de diversão, mas não deixa de ser curiosa a actuação do Bloco nas matérias relacionadas com a 'Face Oculta'. Pressurosos a solicitar uma comissão de inquérito (para estarem presentes e comandarem as operações) a verdade é que Louçã veio dar uma mãozinha a Sócrates por alturas da discussão do Orçamento. Disse ele dirigindo-se a Sócrates, e cito - 'se as escutas não serviram para a justiça também não servem para o Parlamento'! Uma tirada absurda, que o primeiro-ministro agradeceu naturalmente, mas que espelha duas coisas - a primeira é a eterna confusão entre justiça e política, a mesma confusão que Sócrates e o PS andam a fazer, e que as escutas acabam de provar; em segundo lugar prova-se mais uma vez que o Bloco ainda não deixou de ser o velho aliado (carbonário) do PS e do velho partido republicano... que a maçonaria controlava.
Clarinho como água.

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