domingo, maio 30, 2010

Eles não votam no mar

Assistir à votação do euro festival é divertido e esclarecedor! É como tirar um curso acelerado de história da Europa e de geopolítica! Era bom que os nossos governantes tivessem assistido para perceberem (finalmente) o alcance da frase de Salazar – ‘Portugal não é só uma nação europeia e tende cada vez mais a sê-lo cada vez menos’! Isto sabia ele, embora não tivesse tomado as devidas providências a tempo e horas.
Então o que é que se passou?! Eliminada a barreira da língua quase toda a gente cantou em inglês, uns melhor outros pior, uns mais modernaços outros menos, e no fim ganhou a Alemanha. Sintomático.
Portugal, obrigado a defender a língua colonizadora, tal como a Espanha e a França, ficou-se pela segunda metade da tabela. Nem mesmo o Reino Unido (afinal o dono da língua) conseguiu impor-se face à continentalidade dominante e seus regionalismos. Chegou-se a ouvir falar em ‘mãe Rússia’!
Não nos podemos queixar, é tudo uma questão de centralidade e nós há muito que tivemos que construir a nossa. E construímos, ela existe, só que não é a caminho de Madrid mas do Atlântico.
Sobre as canções, qualquer delas podia ter ganho, obedecem a uma receita estudada, mesmo assim gostei da Roménia e a Arménia ficou-me na retina. A portuguesa soluçante era excessivamente portuguesa. Mesmo que não fosse...

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