Dizia ontem o leader da oposição: " Atenção, nós não queremos que sejam os outros estados europeus a pagar aquilo que devemos. O que nós dizemos é que a dimensão da nossa dívida exige uma resposta global, europeia, porque não sendo assim, não a conseguiremos pagar". Se não foi isto que Seguro disse, andou lá perto. E eu, se fosse credor de um país onde a oposição faz uma afirmação destas, ficava por certo de pé trás.
Mas este discurso é no fundo igual ao que anima o já famoso grupo dos 'setenta signatários'! São aliás mais de setenta, são muitos, e estão agora muito aflitos com o futuro das suas 'abastadas vidas europeias'! Das suas, e dos amigos, obviamente. Eu já explico o que quer dizer 'abastadas' e 'europeias'.
Em primeiro lugar, abastadas, porque correspondem a um nível de vida que não tem, nem nunca teve nada a ver com aquilo que produzimos, com aquilo que podemos distribuir. Entrámos alegremente para um clube de países ricos, sem dinheiro sequer para pagar as quotas, e (secretamente) baseámos a nossa política naquele slogan que os comunistas escreveram nas paredes: - 'os ricos que paguem a crise'. Foi assim, mas eles cansaram-se de pagar.
E agora o europeísmo, ideário de afrancesados sempre prontos a abrirem as portas da cidade a um qualquer Napoleão! Hoje a coisa é mais prosaica: - a quem esteja disposto a pagar a conta. E assim, com este estado de espírito, vá de esperar tudo de uma Europa mítica, solidária, igualitária, libertária. Laica, republicana e socialista, de preferência.
Ora bem, este europeísmo, falso como Judas, é subscrito hoje, é discurso eleitoral, e se calhar ganha votos, num país que tem mais de quinhentos anos de história atlântica e ultramarina. Ridículo, se não fosse trágico.
Saudações monárquicas
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