O primeiro de Maio inscreve-se na luta de classes tal como o
sindicalismo e demais conquistas do socialismo triunfante. O tempo, porém, grande juiz, encarregou-se de desfazer quer a história oficial,
quer a mitologia a ela associada. Parece até que voltámos ao princípio, antes
das proclamadas revoluções industriais, que fomos obrigados a estudar como se o
homem, o ser humano, tivesse nascido por aquela altura! Como se a revolução, a liberdade, o
progresso, etc., fossem verdades inabaláveis! Neste passo, não faltarão gritos
e desmaios, esgares ameaçadores pelo desrespeito, pela ignorância, pela luta de
tantos trabalhadores, para chegarmos afinal ao ponto a que chegámos, ao preciso
momento em que escrevo estas linhas!
A conclusão óbvia é que ninguém quer ser patrão, muito em
especial aqueles que se manifestam contra os ditos. Se por sorte ou azar lhes
saísse o euro milhões podemos estar certos que a última coisa que lhes passaria
pela cabeça seria fazer uma empresa! Aliás, para o pessoal que amanhã vai encher as ruas (e aparecer na televisão) a palavra 'empresa' quer dizer ’empresa pública’, de
preferência não lucrativa e sustentada pelos impostos!
Resumindo, não havendo patrões, nem candidatos a tal, o dia
do trabalhador tende a ser o dia do funcionalismo público, a que haveremos de
juntar, infelizmente, os desempregados. Quase todos oriundos do sector privado,
como se sabe. Mas a culpa não é do sector privado, ou seja, a culpa não é dos
patrões. Culpar os patrões, neste caso, seria o mesmo que culpar o lince da
Malcata, espécie em vias de extinção, pela sua própria extinção. Desculpem lá,
mas isso não é possível.
Saudações monárquicas
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