Para memória futura e com a devida vénia aqui se transcreve um excerto de um artigo de Rui Ramos no Observador. Dá que pensar.
Vamos
entender-nos: o problema não é a circulação de pessoas ou a
diversidade das populações. A Europa só tem a ganhar com a
passagem ou a fixação de pessoas do resto do mundo. Uma sociedade
não tem de ser composta de gente toda idêntica entre si, com as
mesmas ideias e os mesmos gostos – a maior parte das sociedades
europeias, aliás, foram, ao longo de grande parte da sua história,
religiosa e culturalmente diversas. Não é isso que está em causa,
mas a capacidade actual da Europa para assimilar ou integrar
devidamente, sem alarmes ou conflitos sociais graves, o afluxo ilegal
e descontrolado de massas de jovens pouco qualificados. É legítimo
duvidar dessa capacidade. As economias europeias não têm o
dinamismo suficiente, os seus Estados sociais não dispõem dos
recursos necessários, e às suas culturas faltam a convicção
necessária para proporcionar referências estáveis às novas
comunidades. Por isso, a probabilidade de as massas de imigrantes
ilegais transformarem a Europa é muito mais elevada do que a
probabilidade de serem transformadas pela Europa.
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