quinta-feira, fevereiro 22, 2007

O fim de qualquer coisa

Dizem que o rotativismo monárquico entrou em fase de acentuada decadência, quando a aparente funcionalidade foi quebrada pelas cisões e divergências dentro dos dois partidos que, com mais ou menos escândalo, iam assegurando o governo. Claro que estas divergências tiveram a sua origem na chamada lei da vida que afecta homens e instituições – refiro-me ao natural envelhecimento e desgaste dos seus líderes históricos, tanto no partido regenerador, como no partido progressista.
Hoje é patente, que enquanto no Partido Socialista tudo se cala e consente à volta de um leader indiscutível, não porque Sócrates o seja de facto, mas porque temendo o pior, toda a minha gente quer salvar e salvar-se com um mínimo de perdas e danos, pelo contrário, no Partido Social-democrata, tudo o que acontece é pretexto para abrir brechas cada vez mais profundas e difíceis de fechar!
Mas o que verdadeiramente anuncia o fim desta república, é a permanente confrontação entre o Governo Regional da Madeira e o Governo da República, numa querela que já ninguém quer disfarçar!
Aparentemente, Sócrates sente-se com força suficiente para afrontar Jardim, o único leader que lhe faz frente na actual conjuntura política, mas as coisas podem complicar-se inesperadamente para o nosso primeiro-ministro: Alberto João Jardim é um adversário temível, e sem querer, pode começar a capitalizar não apenas o descontentamento madeirense, mas o descontentamento geral que vai lentamente grassando pelo país, a acordar definitivamente do sonho europeu!
Há dois anos quando me iniciei nestas lides, assumi sem rodeios alguma simpatia pelo leader madeirense, que na altura, lembre-se, era alvo de chacota generalizada. Hoje não tenho dúvidas: seja qual for o resultado desta nova tentativa para liquidar Alberto João Jardim, ele já se constituiu como a única oposição ao regime vigente.
Haja alguém!

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