A massacrante crise informativa, mais massacrante que a crise real, levou-nos ao jardim de infância, aquele lugar onde os reformados matam o tempo a jogar às cartas ou a responder às perguntas das nossas televisões. Um deles, exaltado, queixava-se do aumento dos preços nos transportes públicos. Um exagero, um roubo, dizia, atirando culpas ao governo. De facto, é um roubo, mas a culpa não é só deste governo. Se formos justos, se desenterrarmos um pouco o passado, poderíamos parafrasear (em sentido oposto) um jornalista/escritor que todos conhecem: - afinal, onde é que estavas quando 'Abril' nacionalizou os transportes?! Lembras-te quando gritaste bem alto, de punho fechado, que tudo o que existe é do povo?! E não és tu que não perdes uma oportunidade para dar vivas à república que tens?!
Pois bem, não te queixes, engole os aumentos, e assume de uma vez que és tu o patrão desta desgraça. Portanto, a culpa também é tua. Se fosse a ti, continuava a jogar às cartas, mas calado.
Saudações monárquicas
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