Quando em Janeiro de 1993 se abriram as fronteiras à livre circulação de pessoas e bens, Miguel Torga profetizava no seu Diário: - ‘Ocupados sem resistência e sem dor. Anestesiados previamente pelos invasores e seus cúmplices, somos agora oficialmente europeus de primeira, espanhóis de segunda e portugueses de terceira.’
Mal sabia o poeta que o seu prognóstico pecava apenas por defeito! Vinte anos depois somos naturalmente europeus de segunda, oficialmente intervencionados, e o nosso dia-a-dia consome-se na estéril discussão sobre os juros da dívida!
Quanto à questão de sabermos se entretanto passámos a espanhóis de primeira, vamos ter que aguardar mais algum tempo, enquanto não se resolvem os movimentos separatistas bascos e catalães. Saberemos então que tipo de espanhóis vamos ser! Agora, onde Torga acerta em cheio é no facto de sermos hoje portugueses de terceira.
A baralhar um pouco esta classificação a hipótese cada vez mais viável de passarmos a ser angolanos. Assim a família Santos o permita.
Sempre era melhor.
Saudações monárquicas
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