A reforma de que todos falam mas que ninguém quer fazer é o paradigma português! Mais parecido com isto só a confissão amorosa – ‘quanto mais me bates mais gosto de ti’! E como o amor, esta paixão lusitana não tem fim.
Não quer a reforma nenhum dos funcionários públicos, nenhum dos pensionistas, nenhum dos habitantes que recebe (directa ou indirectamente) do orçamento de estado. A esquerda não quer a reforma e por infelicidade em Portugal só existe 'esquerda'. Como antigamente só existia 'direita'. A iniciativa privada talvez quisesse a reforma mas como sempre viveu muito encostada ao estado, não fará grande força nesse sentido. E os jovens, educados na cultura da facilidade, também não querem a reforma. Preferem a segurança do funcionalismo público.
Portanto e por conseguinte a apregoada reforma do estado serve apenas para sossegar os credores, para que não desistam de nos mandar o cheque com que pagamos os nossos vícios constitucionais. Se um dia o cheque não aparecer, então sim, então desatamos (todos) a culpar este e aquele, haverá desacatos, até que alguém prometa um novo cheque, embora consideravelmente mais pequeno.
Saudações monárquicas
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