terça-feira, fevereiro 19, 2013

A prova provada!

Quando faço o meu exame de consciência (de vez em quando) gosto de testar as minhas opiniões, especialmente aquelas que podem causar algum arrepio aos leitores mais sensíveis. É o caso do postal – ‘Filhos da nação’ - onde afirmo (desassombradamente) que a bandeira verde rubra (dita nacional) ostenta as cores da ‘sonhada’ união ibérica! Sonhada pelos republicanos, entenda-se. Sonho (ou pesadelo) que continuam a acalentar (hoje) afirmando-se federalistas sem qualquer pudor! Federalismo que há-de passar inevitávelmente por Madrid.

E para que tudo fique clarinho como água nada melhor que pôr a falar sobre o assunto os próprios republicanos (ou ex-republicanos) pois como se sabe, ‘zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades’. Reportemo-nos então ao que escreveu (à época) Homem Cristo (Pai) – que pertenceu ao directório do Partido Republicano - sobre as origens (e significado) do verde e encarnado da actual bandeira:



“Em 1873, ao ser proclamada a República espanhola, já os nossos redentores estavam divididos em três grupelhos: os democratas, os republicanos moderados e os federais. Foi este último que fundou o Centro Republicano Federal que teve por órgão na imprensa O Rebate. A vida desta gazeta, dirigida por Carrilho Videira e redigida por Magalhães Lima, Silva Pinto e Sérgio de Castro, foi, como a de todas as outras, tão atribulada que em 17 de Dezembro de 1873 se viram os amigos do periódico coagidos a dar-lhe um benefício no Teatro do Príncipe Real, em Lisboa. Entre outros tomaram parte na festa Oliveira Marreca, Latino Coelho, Sousa Brandão, Luciano Cordeiro, Elias Garcia, Bernardino Pinheiro e Osório de Vasconcelos. Gomes Leal colaborou com duas poesias, Mundo Velho e Tributo de Sangue, recitadas por Silva Lisboa, que apareceu no palco acompanhado por uma criança vestida de verde e escarlate, com uma bandeira vermelha na mão direita e um número d’O Rebate na mão esquerda.

Eram essas as cores da bandeira federal, isto é, da bandeira ibérica. Este pormenor é curioso e explica a preferência dada pela República do 5 de Outubro às cores verde e escarlate sobre as cores azul e branco. Como toda a gente sabe, foi Teófilo Braga o mais renhido defensor, depois do 5 de Outubro, da cor verde e escarlate. Ora Teófilo Braga foi sempre federal. Isto é, sempre partidário da incorporação de Portugal na Espanha ou – que outro nome não tem, empregue ele os sofismas que empregar – da perda da independência nacional. Ele e quase todos os republicanos portugueses. Por isso ele e quase todos quebraram lanças pela cor verde e escarlate, em todo o tempo a sua cor amada, a sua cor dilecta” (revista Ideia Nacional, nº 12, 24-IV-1915, pp. 378-379).



Como se queria demonstrar.



Saudações monárquicas

Sem comentários: