A frase tem dono, foi escrita por
Fernando Pessoa quando quis definir um país onde ‘ilustres’ Costas pontificavam.
Pontificavam e pontificaram ao ponto de darem com ele de pantanas. De costas, à
revelia de todos os princípios constitutivos da nacionalidade, à revelia da sua
história!
Na altura o ídolo era um tal
Afonso Costa! Chefe do partido democrático, jacobino dos quatro costados,
primeiro-ministro de inúmeros governos da primeira república (recorde-se que ao
tempo os governos eram como as cerejas), tinha como principal objectivo eliminar,
extinguir, a religião católica em Portugal. Dizia ele que isso aconteceria em duas gerações. Curiosamente, acabou por ser varrido da cena
política por um Costa, no caso o general Gomes da Costa, em 28 de Maio de 1926.
Mas os outros ‘Costas’ a que o
poeta se referia também tinham um curriculum impressionante: - um deles seria o
Costa regicida, companheiro do Buiça, e que participou no assassinato do Rei
Dom Carlos e do seu filho primogénito, o príncipe real Luís Filipe; o outro era
o Júlio Costa, assassino confesso de Sidónio Pais na estação do Rossio.
Portanto, sobre Costas,
julgávamos nós que já tínhamos a nossa dose! Mas não. No horizonte perfila-se um
novo Costa que ao que sabemos comunga (em alto grau) do ideário republicano. Eu
bem sei que os tempos são outros, também sei que é difícil destruir mais o que
quer que seja, o país já nem de costas está, não tem posição! De qualquer modo,
todo o cuidado é pouco.
Saudações monárquicas
Nota: Por coincidência ou talvez
não, anuncia-se a criação de um novo partido, o ‘partido democrático
republicano’! Um nome elucidativo. Seu fundador, o incontornável Marinho Pinto,
mais um ‘jacobino dos quatro costados’! Uma praga.
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