Seria um bom título para um
romance, é um bom título para Sócrates, e a única dúvida que permanece,
e o processo poderá revelar, consiste em saber se é apenas um aventureiro, um mercenário,
ou se tem alguma convicção política para além de uma enorme ambição
pessoal.
Sabemos que começou na juventude social-democrata,
sabemos que se mudou para o outro partido do poder, sabemos que conquistou
prestígio pela teimosia (e autoridade) com que lidou com as populações que não
queriam os aterros sanitários nas suas terras, chegou a primeiro-ministro com
essa aura, e a partir daí, foi afrontando tudo aquilo que se atravessasse à sua
frente. Para isso seleccionou (cuidadosamente) adversários e benesses.
De início, ameaçou as
farmacêuticas, para quem actualmente trabalha, seduziu a comunicação social, sossegou
o velho partido republicano e a maçonaria quanto aos processos judiciais que
envolviam alguns dos seus membros (veja-se a Casa Pia), assim conquistou a
magistratura, fez as leis que o protegiam, fez-se amigo dos banqueiros mais
influentes, dos personagens internacionais mais badalados, abraçou as causas
fracturantes, afrontou a Igreja, deu um ar de modernidade e progresso à sua
governação, tudo parecia correr bem, até que o estado faliu!
Aparentando algumas semelhanças
com os tempos de Afonso Costa, tornou-se ídolo de uns quantos sendo odiado por
outros tantos, foi detido, está em prisão preventiva, o mesmo aconteceu ao
tribuno da primeira república quando já se vislumbrava o seu fim.
Resta adivinhar se terminará (também)
a sua carreira política num exílio dourado em Paris!
Aguardemos.
Saudações monárquicas
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