sábado, abril 18, 2015

República e populismo!

Está na moda pôr o rótulo de populismo a tudo aquilo e a todos aqueles que não nos agradam. No outro prato da balança colocam uma expressão cabalística a que chamam ‘república! Portanto, para estes comentadores políticos a dita república é um bem, que talvez possa ser melhorada mas nunca alterada. Pelo contrário todos os populismos são maus porque, segundo afirmam, apenas querem destruir a essência do regime republicano.

Discordo naturalmente.

Aliás esta questão está longe de ser inocente. Vem de França como os bebés, e quem a levantou foram os candidatos do sistema (Valls e Sarkozy) amedrontados com o avanço da Frente Nacional. Eu percebo o drama do bloco central de interesses, mas não vale a pena baralhar os leitores, no caso, os eleitores. Explico:

Por mais obscuro que seja o sentido da expressão constitucional – forma republicana de governo – quem quiser perceber percebe que a obscuridade não foi ali posta por acaso. Trata-se de um travão para impedir (eternamente!) a discussão do regime. Ora bem, é dos livros, que quando se proíbe uma coisa sem razão, ela acaba por se libertar, e vem ao de cima. É o que está a acontecer com todos estes candidatos e contra candidatos à presidência da república! De facto não são as próximas eleições legislativas que interessam, ninguém quer governar, todos sabem que o problema não está no governo, mas sim no regime. Só que ninguém se atreve a dizê-lo.

 Daí a aparição do tema - populismo versus república, daí também algumas candidaturas nevoentas, forjadas pelo sistema para o manter inviolável. Mas vai ser difícil.

E fica a pergunta: porque é que esta questão do populismo só aparece nas repúblicas?! Porque é que esse fenómeno não tem força, por exemplo, em Inglaterra ou na Suécia?!



Saudações monárquicas



Sem comentários: