Está na moda pôr o rótulo de
populismo a tudo aquilo e a todos aqueles que não nos agradam. No outro prato da balança colocam uma expressão cabalística a que chamam ‘república! Portanto, para estes comentadores
políticos a dita república é um bem, que talvez possa ser melhorada mas nunca alterada. Pelo contrário todos os populismos são maus porque, segundo
afirmam, apenas querem destruir a essência do regime republicano.
Discordo naturalmente.
Aliás esta questão está longe de
ser inocente. Vem de França como os bebés, e quem a levantou foram os
candidatos do sistema (Valls e Sarkozy) amedrontados com o avanço da
Frente Nacional. Eu percebo o drama do bloco central de interesses, mas não
vale a pena baralhar os leitores, no caso, os eleitores. Explico:
Por mais obscuro que seja o
sentido da expressão constitucional – forma republicana de governo – quem quiser
perceber percebe que a obscuridade não foi ali posta por acaso. Trata-se de um
travão para impedir (eternamente!) a discussão do regime. Ora bem, é dos
livros, que quando se proíbe uma coisa sem razão, ela acaba por se libertar, e
vem ao de cima. É o que está a acontecer com todos estes candidatos e contra
candidatos à presidência da república! De facto não são as próximas eleições legislativas
que interessam, ninguém quer governar, todos sabem que o problema não está no
governo, mas sim no regime. Só que ninguém se atreve a dizê-lo.
Daí a aparição do tema - populismo versus
república, daí também algumas candidaturas nevoentas, forjadas pelo sistema
para o manter inviolável. Mas vai ser difícil.
E fica a pergunta: porque é que esta questão do populismo só aparece nas repúblicas?! Porque é que esse fenómeno não tem força, por exemplo, em Inglaterra ou na Suécia?!
Saudações monárquicas
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