Antes do mais uma afirmação categórica: - quem fabricou o
Brasil tem pouco a aprender seja com quem for sobre ‘multiculturalismo’ ou
outro palavrão do género. Com efeito, o Brasil terá muitos problemas para
resolver mas nenhum tem a ver com a integração cultural. Dito isto convém
acrescentar que o ‘milagre’ só foi possível porque nele participaram duas
forças que são integradoras por natureza: - a monarquia e o catolicismo. Aliás
toda a herança colonial portuguesa beneficia desses dois factores e é por isso
que (ainda) não sofremos nas nossas cidades e vilas aquilo que outros povos colonizadores
já vão sofrendo.
Mas o tempo passou e hoje vivemos em pleno período laico,
republicano e socialista, trilogia fatal que nega a tradição e onde sobrelevam
os aspectos impositivos e desagregadores. E podíamos começar pela França e pela
incapacidade que revela para integrar os seus descolonizados islamitas, mas
fico-me pelo exemplo mais comezinho dos ciganos que sempre aqui existiram e viveram!
E a pergunta é: - o que mudou afinal para os ciganos serem
hoje um problema que não eram?! Ou dito de outra forma, porque é que o estado
de direito não consegue (hoje) aplicar a lei aos ciganos?!
As respostas são todas elas más e nem o Ventura se salva! Explico:
- o problema da integração só resulta se concorrerem duas situações: - a cultura
da comunidade dominante (ou acolhedora, se preferirem) é suficientemente forte e
clara em termos de princípios e valores partilhados e nesse sentido fácilmente assimilável por quem pretende integrar-se; e como segunda condição, porque é forte, resiste à tentação
de liquidar a outra cultura, respeitando nela aqueles aspectos que identificam a
diferença.
Ora não é nada disto que se passa em relação à nossa cultura
onde a moda é aprovar leis fracturantes cujo nome diz tudo em termos de
acolhimento geral. Portanto não se espere que comunidades que ainda respeitam
as suas tradições se disponibilizem para se suicidarem colectivamente. Se nós
estamos disponíveis para isso eles não estão. Daí também a atitude de
contemporização do estado em relação ao incumprimento destas leis cada vez mais discutíveis
e cada vez mais fracturantes. Sabendo disso, dessa fragilidade do estado, o cigano
abusa ainda mais do incumprimento. E é nisto que estamos.
Aliás e porque o artigo vai mais longo do que eu queria
termino com uma espécie de anedota que talvez nos faça pensar nos caminhos que
queremos percorrer no futuro: - num dos dez mandamentos, Deus proíbe o homem de cobiçar a mulher do próximo. Mas tal mandamento só é possível de cumprir se
a mulher do próximo não aparecer permanentemente semi despida (embora dentro da
lei) à nossa frente!
Esta é a lógica da vestimenta das mulheres do Islão e também
de muitas outras etnias entre elas a cigana.
E de novo a pergunta: - queremos cumprir o mandamento ou não queremos?!
E de novo a pergunta: - queremos cumprir o mandamento ou não queremos?!
Saudações monárquicas
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