Depois do caos, depois da irresponsabilidade,
talvez fosse bom aprender algumas lições que vão para além dos incêndios, dos
assaltos aos paióis nacionais, e da miserável propaganda do governo. Na base do
falhanço português está como sempre esteve a deficiente representação política
e com ela a irresponsabilidade. A irresponsabilidade política começa, como tudo
na vida, pela base. E a base é a assembleia da república para onde elegemos ‘deputados’
a quem não podemos pedir responsabilidades no fim de cada mandato! Nós,
eleitores, não elegemos pessoas que nos representem, elegemos listas de pseudo
representantes que não conhecemos, que não escrutinámos e que façam o que
fizerem se perpetuam no parlamento de acordo com a vontade do chefe partidário.
Pois é ele que aprova as listas. Isto é o grau zero da democracia, o grau zero
da representação! A partir daqui o resto do edifício democrático está
inquinado, está ferido de morte. De vez em quando fala-se na mudança da lei
eleitoral, fala-se, porque na realidade ninguém a quer mudar. Ninguém quer
assumir responsabilidades.
Saudações monárquicas
Nota: Aquele lamentável ‘grupo
inter parlamentar do Benfica’ só existe porque aqueles deputados sabem que aquela
jantarada não vai ter consequências políticas. Na próxima legislatura lá estarão,
se Deus quiser, e se for essa a vontade do chefe partidário. Quanto aos eleitores
que ficaram desagradados com aquele espectáculo, esses não têm forma de mostrar
o seu desagrado! Podem abster-se e facilitar ainda mais a vida à partidocracia
vigente.
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