Apesar de ser o banco português que mais
custos impôs ao contribuinte, foi contra a vontade do governo e dos partidos
que o apoiam que se iniciou a Comissão Parlamentar de Inquérito à Caixa Geral
de Depósitos. Iniciada a comissão, os partidos da Geringonça fizeram os
possíveis para limitar o período e o âmbito da análise. Um dos elementos
fundamentais da Comissão Parlamentar de inquérito teria sido perceber onde é
que a Caixa perdeu os tais 5 mil milhões de Euros que agora serão suportados
pelos contribuintes. Importava saber a quem tinha sido emprestado este dinheiro
no período anterior a 2011 e porquê que foi emprestado. No mínimo
estaríamos perante incompetência e falta de cuidado. No máximo, perante um
enorme esquema de corrupção que desviou dinheiro da Caixa para empresas amigas
do regime.
O que aconteceu exactamente nunca
saberemos. E não saberemos porque quando foi pedida a lista destes devedores, a
CGD, o governo e o Banco de Portugal recorreram para os tribunais para a
esconder. O tribunal deu razão aos deputados do PSD e CDS e obrigou a CGD a
divulgar a lista de devedores. A CGD, o governo e o Banco de Portugal
recorreram para o supremo tribunal de forma a ganhar tempo. Correu bem. Antes
da decisão do Supremo obrigar a CGD a divulgar a lista de devedores, os
partidos da Geringonça trataram de encerrar a Comissão Parlamentar de
Inquérito sem sequer ter o relatório final aprovado e antes da
decisão do supremo. A decisão do Supremo veio hoje: o processo foi arquivado porque a Comissão parlamentar de
inquérito foi encerrada. Jamais saberemos para onde foram os 5
mil milhões de Euros que agora os contribuintes irão pagar. E sabemos a quem
podemos agradecer por isso.
Carlos Guimarães Pinto
Nota: Transcrevo, com a devida vénia, e tal como o recebi, um texto que diz tudo sobre o regime em que vivemos. JSM
Nota: Transcrevo, com a devida vénia, e tal como o recebi, um texto que diz tudo sobre o regime em que vivemos. JSM
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