sexta-feira, setembro 29, 2017

A república de Oeiras!

Esta é talvez a maior fragilidade republicana! Totalmente dependente do voto, o regime deixa-se fácilmente enlear pelos grupos mais fortes, os que lhe podem assegurar a eleição, e com ela a manutenção do poder. Por aqui passa, e passou, o congelamento das rendas nem que isso possa hipotecar (e hipotecou) definitivamente o mercado de arrendamento! E por aqui passam, de uma maneira geral, todas as iniciativas popularuchas que apenas visam efeitos de curto prazo. O prazo das eleições!

Mas não se fica por aqui a gula republicana! O desporto e os seus protagonistas sempre foram alvo das benesses para efeitos de propaganda política. O futebol, desporto rei não escapa a essa tentação. No entanto nesta matéria a segunda república sempre manteve alguma reserva sabendo que as paixões clubísticas são difíceis de conciliar. Uma lição que a república de Abril não aprendeu. E agora já é tarde.

É assim que surgem na comunicação social os denominados ‘deputados do Benfica’ a que já me referi neste espaço! Como se essa associação de interesses estivesse prevista na lei, ou não estando prevista, fosse benéfica para a assembleia da república, para os próprios deputados ou para o país! Pensávamos nós que tínhamos atingido um limite de despudor! Puro engano! Imaginem que nas próximas eleições autárquicas existe um candidato que promete oferecer, caso ganhe as eleições, terrenos e outras facilidades para o Benfica construir em Oeiras (!) uma obra de regime! Para as modalidades! *

Governo, tribunais, comissão nacional de eleições, e demais órgãos da república, não se ouvem! Silêncio, que se vai cantar o fado!

Saudações monárquicas


·    * Para lá da promiscuidade, e do oportunismo político que a situação revela, existiria ainda outra razão para o governo intervir! Como assim?! Proibindo os clubes de futebol profissional de ‘frequentarem’ outras modalidades. Para ver se elas se desenvolvem e conseguimos ganhar alguma medalhita. Sem ofensa aos ‘baluartes’ do nosso desporto, o tempo do ecletismo já passou só que em Portugal o tempo não passa.

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