Se a ideia fosse estabelecer,
restaurar, no limite, implantar um principado eu até podia compreender desde que
evidentemente o príncipe existisse e com ele o princípio fundador. Agora tentar
separar-se da comunidade hispânica, das autonomias constituintes e constituídas,
através de uma república isso só pode ser uma brincadeira, um filme de ficção,
ou um erro infantil. Mas é sobretudo uma causa fracturante e que dividiria irremediavelmente
a Catalunha. Dividiria em termos ideológicos e em termos físicos muito embora
as fronteiras da Catalunha não existam ou sejam apenas imaginárias. Em termos
ideológicos a fractura far-se-ia entre os querem continuar a ser espanhóis e os
que não querem, com a agravante destes últimos ainda não terem decidido a que outra
grande cultura querem pertencer. Afirmar-se europeu não chega, é apenas uma
fuga para a frente. Vão querer ligar-se à França e passar a falar francês em
vez de castelhano?! Irão optar pelo italiano?! Quiçá, pelo português?! Mas
façam o que fizerem, decidam o que decidirem uma coisa é certa – haverá pelo
menos metade dos catalães que não estarão pelos ajustes. E a cada eleição a coisa
pode piorar. É isso que a história universal nos ensina sobre os regimes
republicanos. Em democracia, evidentemente. Em ditadura é outra história. Duram
mais mas acabam pior.
Saudações monárquicas
3 comentários:
Andava a ver coisas deste assunto e deparei-me com o seu blogue. O modelo principal dos Catalães de 1640 é o seu 1640 - 7 de Junho de 1640, uma revolta popular e burguesa que tomou o país e declarou a República Catalã - a Republica Catalã de 1640, que durou até 1659, em guerra com a Espanha (e com importantes batalhas) - e que foi fundamental para a revolta Portuguesa já no final do ano (e para nos dar tempo). E nunca teve império? Na altura já não o dominava no fundo, mas por séculos no mediterrâneo era a Coroa de Aragão (nome genérico) para uma federação tradicional formada por Aragão (próprio) a catalunha e o Reino de Valência, que dominava a Sicilia, a Sardenha, metade da Peninsula da Itália (até às imediações de Roma a sul) e por breves anos uma parte da Grécia (Neopátria), cujo coração maritmo e poder naval, era Barcelona e a Catalunha. E sim, a Catalunha tem língua própria (A Catalunha da Espanha e a Catalunha Nord - integrada e ocupada pela França desde 1659) e da família da Valenciana e da antiga língua de Oc em França - todos limosis, A propósito lembrando, as revoltas, também Ribeiro e outros conjurados, se não houvesse disponibilidade de D. João IV ou do mártir D. Duarte, avisaram (até porque não havia alternativa, seria declarada a República - com modelo tradicional, presuminos nós hoje, à maneira das Italianas ou da Calvinista Neerlandesa, que aliás D. João IV se prontificou a apoiar, levantando o Alentejo, coisa a que os três enviados dos conjurados, argumentaram, então assuma vossa Altesa a mesma, a que o Duque de Bragança (também consultando a esposa) decidiu aceitar, como é óbvio.
E Filipe II unio (só na península Ibérica) uniu 3 Coroas e um Reino (Navarra), que tinham leis próprias, moeda própria e línguas próprias cada uma (assim como leis de naturaleza - nacionalidade). Não existia nacionalidade (naturalidade / de nação, então) espanhola (ibérica) que era geografia, a Peninsula.
Faltou dizer no entanto, que de facto Portugal e Catalunha, já então, não eram casos iguais, mas cada um com as suas legitimidades. Mas nós temos uma divida com eles.
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