quinta-feira, fevereiro 10, 2022

As nossas cores

 

Quando em tempos escrevi uns versos sobre as cores de Portugal referia-me à bandeira do Fundador, ao azul e branco que permaneceu durante séculos até que em outubro de 1910 nos foi imposta a bandeira verde rubra da Carbonária. Organização terrorista, braço armado do partido republicano que assim chegava ao poder.   

Mas não é dessas cores que vos quero falar agora, muito embora seja verdade que no momento em que negamos os símbolos ancestrais e tentamos reescrever a história, as coisas nunca ficam por aqui. Por isso foi sem surpresa que assisti na televisão a um curioso debate sobre a cor da pele dos portugueses!

O mote foi dado por um deputado do Chega que disse o óbvio – os portugueses são brancos. Caiu o Carmo e a Trindade! Provávelmente terá cometido um erro, terá ido muito atrás, deveria ter-se limitado à história que se aprendia na antiga quarta classe. Aos momentos constituintes do que é ser português.

E aí teria sido mais fácil explicar que Afonso Henriques e a sua mãe, apesar das desavenças, eram brancos, que o Condestável era branco, e que os navegadores ou conquistadores quando desembarcaram pela primeira vez em terras remotas também eram brancos.

Outra coisa são as cores do império. E esse, sim, teve e tem muitas cores, e com as quais convivemos por mais de quinhentos anos. E não terá sido uma convivência difícil para durar tanto tempo!

Portanto, da pseudopolémica o que sobra? Que se não forem os portugueses a defenderem a sua herança não estou a ver quem a possa defender.

Saudações monárquicas

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