Aparentemente Portugal está em contra ciclo com a Europa o que, sendo desagradável, não é propriamente uma novidade. Mas deixemos as aparências porque a realidade não é aquilo que se vê! Isto parece um paradoxo mas não é. E não é porque é impossível alguém, em seu perfeito juízo, admitir que Portugal cumpriu finalmente os desígnios de Abril transformando-se num país socialista! Se assim fosse não teria banido o Bloco e atirado com o PCP para os cuidados intensivos. Nem teria votado alegremente nos liberais ou resistido estoicamente à feroz campanha anti-Chega! Isto é elementar.
Mas então o que aconteceu para acordarmos no dia seguinte com o rectângulo pintado de rosa?!
Há três hipóteses:
- Ou os portugueses ainda têm saudades de Sócrates e não podendo ter o original contentam-se com o seu antigo número dois.
- Ou Ventura tem razão e a subsidio dependência, primeiro externa e depois interna, não deixa espaço a qualquer outra escolha política.
- Ou é uma combinação das duas hipóteses anteriores com os riscos inerentes.
Nestas condições o novo governo de Costa terá de governar à direita sem conseguir agradar à direita e será naturalmente detestado pela esquerda que lhe deu a maioria. Um berbicacho que explica o pouco entusiasmo dos socialistas por uma vitória tão retumbante. Na verdade, terão de fazer uma coisa que detestam e estavam à espera que fosse Rio a fazer - as inevitáveis reformas para sairmos da cauda da Europa.
Saudações monárquicas
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