A guerra ganha e perdida, perdida aqui, na metrópole, a guerra que separa o trigo do joio, a coragem da cobardia, que podia ter sido evitada, é verdade, mas não foi, portanto havia que fazer a guerra, guerra defensiva, guerra contra o terrorismo, guerra contra as potências que provocaram a guerra, que fomentaram o ódio racial, e outros interesses, para haver guerra, guerra inútil para os africanos, que ficaram sem nada, sem futuro. Se Angola é nossa?! Angola só existe na imaginação portuguesa, as fronteiras são as que marcámos, os povos de Angola são os que decidiram viver connosco dentro dessas fronteiras. Não sendo assim, emigram diáriamente para Portugal para continuarem a viver connosco nas mesmas fronteiras! Emigrariam (quase) todos se pudessem. Ficariam apenas os que a guerra fria lá deixou. Falei de Angola porque Angola é hoje o retrato da nossa frustração, da nossa hipocrisia, da fuga às responsabilidades assumidas em séculos e séculos. É também o contraponto da europa onde empobrecemos a juro alto.
Por isso, por tudo, e muito mais que tudo, que não cabe neste texto, inclino-me perante os combatentes que não se negaram a cumprir o que a Pátria deles esperava.
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