Não há coisa mais inapropriada que ver presidentes em palácios, galinhas em São Bento ou peixinhos fora de água.
Dei por mim a tirar estas brilhantes conclusões enquanto ouvia um mordomo-mor (ou coisa parecida) que muito compenetrado nos introduzia na intimidade do palácio de Belém. Por estes dias residência oficial do presidente Cavaco.
Eu sei que o palácio é do povo mas as casas do povo não são assim; sei também que ele é o eleito mas o sufrágio não nos pergunta se o eleito deve habitar em palácios, nem tão pouco que se devam construir palácios para o efeito. Além disso, não me parece boa ideia utilizar a casa, o lar, onde viviam as régias pessoas para lá meter os seus adversários políticos, quando não inimigos. Acho um abuso.
Entretanto, a visita guiada prosseguiu até à sala de audiências. Aqui chegados, o nosso cicerone anuncia solene: - esta é a divisão mais importante do palácio!
Esperei ver um trono, mas não. Imaginei um manto, uma coroa, também não. Descansei, a novidade resumia-se a uma mesa redonda, com duas cadeiras, uma mesa de trabalho para as habituais reuniões com Sócrates!
Não vou discutir a utilidade das reuniões, mas se é para trabalhar, um palácio parece-me um exagero. Se não é para trabalhar, se o palácio serve apenas para receber outros chefes de estado, não havia necessidade.
Explico: - se os ilustres convidados forem presidentes de repúblicas continua a não fazer sentido andarem a pavonear-se em palácios; se por outro lado forem reis (ou rainhas) não vale a pena aparentar aquilo que não se é. Os reis compreendem perfeitamente e até ficam aliviados.
Uma sugestão: sejam criativos, recebam as altas individualidades na doca seca, junto às gravuras rupestres de Foz Côa, na bancada VIP do estádio da Luz, eu sei lá, ele há tanto sítio representativo do Portugal republicano.
Saudações monárquicas
Dei por mim a tirar estas brilhantes conclusões enquanto ouvia um mordomo-mor (ou coisa parecida) que muito compenetrado nos introduzia na intimidade do palácio de Belém. Por estes dias residência oficial do presidente Cavaco.
Eu sei que o palácio é do povo mas as casas do povo não são assim; sei também que ele é o eleito mas o sufrágio não nos pergunta se o eleito deve habitar em palácios, nem tão pouco que se devam construir palácios para o efeito. Além disso, não me parece boa ideia utilizar a casa, o lar, onde viviam as régias pessoas para lá meter os seus adversários políticos, quando não inimigos. Acho um abuso.
Entretanto, a visita guiada prosseguiu até à sala de audiências. Aqui chegados, o nosso cicerone anuncia solene: - esta é a divisão mais importante do palácio!
Esperei ver um trono, mas não. Imaginei um manto, uma coroa, também não. Descansei, a novidade resumia-se a uma mesa redonda, com duas cadeiras, uma mesa de trabalho para as habituais reuniões com Sócrates!
Não vou discutir a utilidade das reuniões, mas se é para trabalhar, um palácio parece-me um exagero. Se não é para trabalhar, se o palácio serve apenas para receber outros chefes de estado, não havia necessidade.
Explico: - se os ilustres convidados forem presidentes de repúblicas continua a não fazer sentido andarem a pavonear-se em palácios; se por outro lado forem reis (ou rainhas) não vale a pena aparentar aquilo que não se é. Os reis compreendem perfeitamente e até ficam aliviados.
Uma sugestão: sejam criativos, recebam as altas individualidades na doca seca, junto às gravuras rupestres de Foz Côa, na bancada VIP do estádio da Luz, eu sei lá, ele há tanto sítio representativo do Portugal republicano.
Saudações monárquicas
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