Esta democracia nascida em Abril, partidária ao mais alto grau, assente numa constituição ‘a caminho do socialismo’, entretanto reciclada para acolher o pior dos dois mundos – socialismo e liberalismo – esta democracia, dizia, é excessivamente dispendiosa para um país com tão fracos recursos como o nosso. E já não falo das injustiças que estabeleceu, das monstruosidades que criou, dos equívocos em que diariamente labora! Refiro-me apenas ao preço, àquilo que custa, ao vil metal. Que não é assim tão vil como isso.
Eu sei, eram duzentos mil defronte do Marquez! Três mil e quinhentas freguesias perfiladas, arrecadas de oiro, cantes alentejanos, corridinhos com doces de amêndoa do Algarve. E claro, os presidentes das Juntas. O folclore em todo o seu esplendor! Infelizmente não estava lá o poder local. Parece circunflexo o pensamento, mas é verdade.
O poder local, os ‘abomináveis caciques’ (na expressão dos seus adversários jacobinos) já não existem. Na altura em que existiram eram económicamente independentes do poder central, facto que irritava solenemente a burguesia dominante. Que tratou de os combater, de os reduzir, de lhes retirar o sustento, para mais fácilmente os substituir por comissários de Lisboa.
A república que a seguir se implantou seguiu o mesmo trilho. A obra de centralização prosseguiu, com os partidos do regime a imporem os seus caciques às populações locais. Nem se poderia esperar outra coisa de um golpe lisboeta que o país real foi obrigado a engolir. Nestas condições, mais se desvalorizou o já decrépito poder local. E o mesmo sucedeu com a república de Salazar. Que aliás levou a centralização (e o domínio) ao extremo de condicionar completamente as ‘eleições’ dos responsáveis locais!
E chegou o 25 de Abril, o tal feriado histórico que elegeu (ou decretou) esta ‘partidocracia’ em que vivemos. Mas que poder local tem a terceira república?!
Ressalvando (sempre) a criação das regiões autónomas da Madeira e dos Açores, todo o edifício do chamado poder local assenta nos partidos políticos, que assim acabam por ser os verdadeiros senhores (caciques) do poder autárquico. E falar de partidos políticos em Portugal é falar de aparelhos partidários, de decisões e eleitos congeminados na Buenos Aires, no Largo do Rato, ou no comité central do PCP.
Logo, e para concluir, tenho imensa pena de o dizer, mas aquela manifestação em frente ao Marquez não representava o poder local. E tenho mais para dizer e com muita pena minha: - os ‘caciques’, afinal, existem, são os actuais órgãos autárquicos! Mas há uma grande diferença para os antigos: - os antigos ‘caciques' não dependiam do orçamento de estado. Nem a sua vontade era condicionada pelos partidos políticos.
Portanto, se é só folclore, este ‘poder local’ é redundante. E sai muito caro ao erário público. Não temos dinheiro para isso.
Saudações monárquicas
Eu sei, eram duzentos mil defronte do Marquez! Três mil e quinhentas freguesias perfiladas, arrecadas de oiro, cantes alentejanos, corridinhos com doces de amêndoa do Algarve. E claro, os presidentes das Juntas. O folclore em todo o seu esplendor! Infelizmente não estava lá o poder local. Parece circunflexo o pensamento, mas é verdade.
O poder local, os ‘abomináveis caciques’ (na expressão dos seus adversários jacobinos) já não existem. Na altura em que existiram eram económicamente independentes do poder central, facto que irritava solenemente a burguesia dominante. Que tratou de os combater, de os reduzir, de lhes retirar o sustento, para mais fácilmente os substituir por comissários de Lisboa.
A república que a seguir se implantou seguiu o mesmo trilho. A obra de centralização prosseguiu, com os partidos do regime a imporem os seus caciques às populações locais. Nem se poderia esperar outra coisa de um golpe lisboeta que o país real foi obrigado a engolir. Nestas condições, mais se desvalorizou o já decrépito poder local. E o mesmo sucedeu com a república de Salazar. Que aliás levou a centralização (e o domínio) ao extremo de condicionar completamente as ‘eleições’ dos responsáveis locais!
E chegou o 25 de Abril, o tal feriado histórico que elegeu (ou decretou) esta ‘partidocracia’ em que vivemos. Mas que poder local tem a terceira república?!
Ressalvando (sempre) a criação das regiões autónomas da Madeira e dos Açores, todo o edifício do chamado poder local assenta nos partidos políticos, que assim acabam por ser os verdadeiros senhores (caciques) do poder autárquico. E falar de partidos políticos em Portugal é falar de aparelhos partidários, de decisões e eleitos congeminados na Buenos Aires, no Largo do Rato, ou no comité central do PCP.
Logo, e para concluir, tenho imensa pena de o dizer, mas aquela manifestação em frente ao Marquez não representava o poder local. E tenho mais para dizer e com muita pena minha: - os ‘caciques’, afinal, existem, são os actuais órgãos autárquicos! Mas há uma grande diferença para os antigos: - os antigos ‘caciques' não dependiam do orçamento de estado. Nem a sua vontade era condicionada pelos partidos políticos.
Portanto, se é só folclore, este ‘poder local’ é redundante. E sai muito caro ao erário público. Não temos dinheiro para isso.
Saudações monárquicas
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