O sinal dos tempos é meter a política na gaveta e desatar a falar de dinheiro, economia, finanças, como se isso resolvesse aquilo que de facto não queremos resolver. E não queremos resolver por razões que situam no plano ideológico, da teimosia, da ignorância, ou talvez da esperteza, razões, que no fim de contas, pouco têm a ver com as contas, que devemos e temos que pagar. Não mudamos de vida porque não queremos. No fundo, por razões políticas. E ninguém quer dizer isto.
Ninguém, não é bem assim, de vez em quando aparece alguém a pôr o dedo na ferida, como ontem aconteceu com Eduardo Catroga em entrevista televisiva. E o que disse este antigo ministro das finanças, da economia, negociador de planos de resgate, etc. etc.?! Falou de política, disse que a reforma das reformas, a base de todas as reformas, é a reforma da (intocável!) constituição da república. Sem essa reforma, sem a esvaziar definitivamente do seu conteúdo soviético, sem acabar com as barreiras (e alçapões) que protegem a casta dominante, sem isso, o país não resolve nenhum dos problemas que tem para resolver. Pelo menos de forma mais ou menos pacífica.
Quem é a casta dominante?! Bem, se lerem o que venho escrevendo há alguns anos, descobrem concerteza. Se não leem, e fazem muito bem, tentem descobrir quem comemorou efusivamente o centenário da república. Depois é só seguir o guião.
Saudações monárquicas
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