quinta-feira, janeiro 03, 2013

Dona constituição falida!

(Primeiro acto)


Dona constituição apresenta-se e vai dizer de sua justiça! Ela e um grupo de pessoas que a grande maioria dos portugueses não conhece, nunca lhes viu a cara, mas que no recato do palácio Ratton (que coincidência de nome!) se preparam para desgovernar sem que para tal tenham sido eleitos!


Vira o disco e toca o mesmo. Dizem que é assim que (a coisa) funciona em todas as latitudes! Em todas as latitudes pode ser, só que não é em todas as latitudes que existe um país intervencionado. E que se obrigou (perante os credores) a tomar um conjunto de medidas concretas … queira ou não queira, goste ou não goste. Resumindo e concluindo, fazer floreados nestas circunstâncias, só pode ser brincadeira de mau gosto.



(Segundo acto)


Os floreados são do presidente que entretanto reentrou em cena na vã tentativa de agradar a todos! Diz que jurou defender a constituição, o que pode acontecer a qualquer um que se candidate ao cargo. Aqui não há novidade. O problema, impossível de disfarçar, é outro: - trata-se de uma constituição socialista, que apesar das várias revisões, mantém o mesmo fio condutor, mantém a mesma raiz. Por consequência, em nome do ideário socialista, é sempre possível descobrir inconstitucionalidades em normas que se afastem daqueles princípios. O que em certa medida é o caso deste governo. Resumindo e concluindo, o actual presidente jurou afinal defender uma constituição socialista e quem nele votou nunca saberá se o próprio tem consciência disso! Por outro lado, uma constituição socialista está sempre pronta a chumbar um orçamento e a derrubar um governo não socialista. Tenha esse governo maioria absoluta ou não! Se ainda não o fez a razão é simples: - este governo é (por enquanto) o garante do recebimento do cheque que sustenta esta constituição e este socialismo falido.



(terceiro acto)


Dona constituição falida, em desespero de causa, deita culpas à Alemanha! Queixa-se que a Europa já não é socialista, já não é solidária. Adeus federalismo, adeus constituição napoleónica, o ideal jacobino a passar dias difíceis! Porque a injustiça do mundo não tem medida! Especialmente quando se deixa um testamento fantástico! Relacionemos alguns dos bens (na parte que nos toca): 


- O país mais desigual da união europeia;

- O segundo lugar em número de funcionários públicos per capita;


- O record de desemprego… privado;


- O record de garantias (e dilacções) para arguidos judiciais;


- Campeão de auto-estradas e rotundas;


- Bota de ouro em parcerias leoninas;


- Honoris causa em desertificação; abandono da agricultura, das pescas, da indústria;


- Prémio especial para curiosidades: - pedofilia sem pedófilos; corrupção sem corruptos; etc.


- Licenciaturas ao domicílio; geração mais diplomada de sempre; mestres antes de serem aprendizes;


E finalmente, entre tantos outros bens, a independência ligada ao euro, ao preço da uva mijona.



Com esta constituição vamos longe!


Desce o pano.




Saudações monárquicas

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