Deslumbrados com o poder inquisitorial que a lei lhes faculta, convictos de que falam em nome dos portugueses, os deputados nem se apercebem de que são eles os verdadeiros inquiridos! Mas já lá vamos. Antes do mais há que reconhecer que as comissões de inquérito seriam úteis e um serviço ao povo português se não fossem aquilo que hoje são - um pretexto para prolongar a luta partidária. É assim que assistimos no caso BES a um facto insólito: - a esquerda quer responsabilizar o Banco de Portugal e o Governo pela falência do Banco, enquanto a direita se preocupa em defender o Governo e o Banco de Portugal, responsabilizando os banqueiros pelo sucedido! Quem um dia fizer a história destes dias ficará por certo muito confuso.
Mas o que interessa aqui registar é o seguinte: - as leis quem as faz são os deputados, deputados que assim bem poderiam moderar o seu furor inquisitório, guardando alguma energia para mudar o regime que pelos vistos não funciona. Poderiam começar por eles próprios, acrescentando, por exemplo, maior legitimidade aos seus mandatos. Os portugueses não os conhecem, não os elegem directamente, em termos práticos estão ali por terem a confiança dos chefes partidários. É curto... e dá nisto.
Saudações monárquicas
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