Bom romeiro, tu que percorres os caminhos da verdade, diz-me:
A justiça está a funcionar?
- Ainda não. É certo que mudou o Procurador, agora uma
mulher, é certo que a ministra da justiça quer combater a impunidade, e é
verdade que o Presidente do Supremo não é o mesmo, mas ainda é cedo para a
esperança! Verás isso quando os sucessivos recursos chegarem à Relação.
E as leis, bom romeiro, acreditas nelas?
- Não, não acredito. Até agora visam apenas proteger os
interesses de quem as faz. Estou a falar do poder político e de quem o
controla. O estado português é dos mais garantísticos da Europa, senão do mundo,
e mesmo assim repara no coro de lamentações a favor dos direitos dos arguidos! Se
forem da nomenclatura, claro. Nota bem que o excesso de garantias apenas
favorece os poderosos. Pois são eles que têm os meios para os infindáveis incidentes
e recursos.
Queres então dizer que a badalada separação de poderes não
existe?
- Quero. Podes verificar isso mesmo na existência e
composição do chamado tribunal constitucional! Há juizes nomeados pelos
partidos. Não vale a pena acrescentar mais nada.
Romeiro, será isto o fim do regime? A alvorada da independência?
- Como te disse e repito, ainda é cedo para a esperança!
Saudações monárquicas
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