"Numa
altura em que a União Europeia adoptou uma directiva com vista à
melhoria da protecção de 'whistleblowers', Portugal está a tomar a direcção errada ao tratar Rui Pinto desta forma. Enquanto Rui Pinto
está na prisão em Portugal, procuradores de nove países (incluindo
França, Bélgica, Espanha, Holanda e Inglaterra) abriram
investigações baseadas nas revelações do Football Leaks",
assinala a antiga magistrada, que foi também membro do Parlamento
Europeu.
Num comentário
assinado no jornal norueguês VG ,
Eva Joly refere que há uma organização sem fins lucrativos - a
Signal Network - que apoia denunciantes como Rui Pinto e que estima
que já foram passados 35 milhões de euros em multas com base na
informação divulgada pelo Football Leaks.
"É
um facto que a cooperação de Rui Pinto com os procuradores
estrangeiros parou desde que foi preso em Portugal. A detenção
atrasa o trabalho que outros países estão a fazer na luta contra a
corrupção no futebol", acrescenta Joly, apontando o dedo às
autoridades lusas:
"O
que é que Portugal está a fazer para combater a corrupção na
indústria do futebol? Nada? Portugal está a investigar a corrupção
revelada através do Football Leaks? A resposta curta é não. As
autoridades portuguesas sublinham que não podem usar as revelações
do Football Leaks, uma vez que consideram terem sido obtidas
ilegalmente. Quando o enquadramento legal não é suficientemente bom
para combater a corrupção, é hora de Portugal pensar se a
legislação não deveria ser alterada. É hora de Portugal se
desenvolver", assevera a ex-juíza, antes de concluir.
"Portugal
devia actualizar a sua legislação para que consiga combater a
corrupção no futebol de forma eficaz. Caso contrário, Portugal só
será visto como um país com um sistema legal ultrapassado, que
protege os poderosos e os corruptos e prende os que escolhem falar",
remata Eva Joly.
(lido no jornal O Jogo)
Adenda:
'O despacho secreto relativo ao caso de Tancos demonstra, mais uma vez, que algo de muito grave se passa no Ministério Público. Não é normal que, num estado de direito, superiores hierárquicos condicionem a fluidez de um inquérito e prejudiquem a investigação apenas para não incomodar certas personalidades. Este é o mesmo Ministério Público que se recusa a investigar as minhas denúncias e que usa de todos os meios legais, e ilegais, para me manter numa medida de coacção excessiva e desproporcional.'
(Rui Pinto no twitter)
(lido no jornal O Jogo)
Adenda:
'O despacho secreto relativo ao caso de Tancos demonstra, mais uma vez, que algo de muito grave se passa no Ministério Público. Não é normal que, num estado de direito, superiores hierárquicos condicionem a fluidez de um inquérito e prejudiquem a investigação apenas para não incomodar certas personalidades. Este é o mesmo Ministério Público que se recusa a investigar as minhas denúncias e que usa de todos os meios legais, e ilegais, para me manter numa medida de coacção excessiva e desproporcional.'
(Rui Pinto no twitter)
3 comentários:
Como é que se deixou apanhar, sendo tão bom?
Tereza é um gênio da informática não a fugir à polícia. Bjs
Pois é, não aderiu ao PS e companhia, tramou-se.
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