domingo, abril 03, 2011

O apelo impossível

Depois de se pavonear (longamente) nas ‘celebrações’ do centenário da república, sem sabermos o que celebrava! Depois de ofender os monárquicos no seu discurso de tomada de posse, afirmando que não existia uma questão de regime em Portugal, como se os monárquicos não existissem! Depois disso tudo, Cavaco Silva vem agora apelar à unidade de todos os portugueses face à grave crise que atravessamos! Não é que o apelo não seja compreensível, o problema aqui situa-se na credibilidade do apelante. Na credibilidade e na confiança que podemos ter num chefe de estado que só se lembra de nós, e eu falo pelos monárquicos, quando o país se afunda irremediavelmente! Pois é, professor Cavaco, a confiança não se constrói, nem se restaura de um momento para o outro, exige alguns comportamentos prévios. Um desses comportamentos, o principal, é a verdade. E a verdade Sr. Presidente é que a situação a que o país chegou deveria obrigá-lo a admitir que esta crise não é apenas uma crise da dívida soberana, é uma crise de soberania, é Portugal como país independente que está em causa. Portanto, Sr. Presidente, para que o seu apelo seja credível, terá de pôr tudo em discussão, desde logo o regime republicano, mas também a união europeia (sovietizada) a que aderimos. E para a qual temos vindo a transferir (sem consultar os portugueses) parcelas cada vez maiores (e mais importantes) de soberania, com as consequências que estão à vista! O discurso tem de ser este, Sr. Presidente. Não sendo assim, qualquer ‘união nacional’ que possa surgir será sempre artificial e pouco duradoura. E para esse ‘peditório’ não vale a pena dramatizar, basta assinar o seu nome na parte de cima da promissória, e dá-la a assinar aos restantes partidos. Aos que se recusarem a assinar dir-lhes-á muito simplesmente que para o mês que vem não há ordenado nem subsídio de férias para ninguém. Verá que todos assinam.

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Saudações monárquicas

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