Para olhos atentos o congresso do PS mostrou a verdadeira face da clique que amordaça o país – uma atmosfera de comício, a adulação do líder, presenteado com votações soviéticas, a rosa socialista substituída pelas bandeiras do partido republicano, bandeiras ditas nacionais, mas que não ostentam as cores de Portugal, um salão interdito a estranhos, tudo a condizer, tudo preparado para mostrar aos incautos (via televisão) que são eles que mandam e que não tencionam largar o poder.
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Quando muito podem cedê-lo, em regime de part-time, àquele outro partido social-democrata, partido sobresselente, que serve para ‘alternar’ nos períodos de maior aperto, para que o PS, mal passe a tempestade, possa regressar tranquilo como se nada se tivesse passado. E nada se passa efectivamente porque nem o PS nem o PSD estão interessados em tocar no carácter esquerdista do regime. Porquê?! Porque têm ambos a marca genética da esquerda. É por essa razão que ao fim de tantas revisões, a constituição (dos trezentos e tal artigos!) mantém o país aprisionado a um regime laicista, republicano e socialista. Sem quaisquer hipóteses de mudança!
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Mas o PSD desempenha ainda uma outra função maléfica: - a sua máscara de oposição tem impedido que o leque partidário se clarifique. Como?! O facto de ser uma associação híbrida, enganadora, espécie de albergue espanhol, evita que se forme e desenvolva um forte e credível partido de direita, como é normal e acontece nos outros países europeus. E sabemos que só um partido de direita, forte em resultado da força eleitoral, poderia forçar ao esbatimento do carácter esquerdista do regime.
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Diz o povo que ‘não há mal que sempre dure…’ mas para que o ditado se cumpra, não basta o decurso do tempo, é preciso que alguém faça alguma coisa, um gesto, um sinal de desacordo, eficaz, oportuno e a oportunidade é esta. É agora ou nunca que o CDS deve fazer prova de vida. Não pode continuar a comportar-se como um diligente apoiante do PSD, perdido na ‘bricolage’ de medidas pontuais, úteis sem dúvida mas que não atingem o cerne da questão. A alternativa, a única alternativa é ser mesmo uma alternativa de direita à real hegemonia da esquerda.
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Para que isso aconteça o CDS precisa de radicalizar não apenas o seu discurso mas a sua prática política. Desde logo esquecendo (ou refreando) o seu apetite pelo poder imediato. Em segundo lugar lembrando-se (para lembrar os eleitores) que as suas raízes assentam na democracia cristã, uma diferença essencial, que se for afirmada sem rodeios, pode valer votos e confiança política.
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Por fim, e não menos importante, especialmente nos tempos que correm, o CDS/PP não pode deixar que sejam os internacionalistas do PCP e do BE, a fazerem figura de nacionalistas (e patriotas) quando esse papel coube e há-de caber sempre na idiossincrasia dos partidos de direita. Patriotismo que deve afirmar-se sem demagogias mas também sem medo ou vergonha das palavras. E perante seja quem for – união europeia, união ibérica, ou todas as fórmulas que pretendam reduzir Portugal a um mero protectorado. E a hora de marcar o terreno já começou. Porque a hora da humilhação colectiva já começou.
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Saudações monárquicas
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Post-Scriptum: Claro que também é a hora de os monárquicos se chegarem à frente. Como?! Se calhar temos que engendrar um partido que defenda a 'lusitana antiga liberdade'.
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