Os títulos são sempre honoríficos pois destinam-se em última análise a honrar quem os recebe. Normalmente por actos praticados em prol da comunidade. Na sua origem iam mais longe e representavam cargos ou funções de interesse público que os agraciados já tinham dado provas de merecer. E se passavam para os descendentes isso tinha a ver com a necessidade de prolongar no tempo a defesa daqueles interesses responsabilizando assim o herdeiro. Portanto a sua natureza não era tanto atribuir direitos mas sim criar (e manter) deveres. Porém e como sabemos tudo o que é humano tende a desvirtuar-se e os melhores princípios acabam muitas vezes por submeter-se aos piores fins. Aconteceu no liberalismo e coincidiu com o facto do rei, que os atribuía, ter sido remetido para figura decorativa. Os títulos passaram então a ser também decorativos. E atribuídos por dá cá aquela palha! Ficou célebre a expressão - 'foge cão que te fazem barão', ao que o cão respondia - 'para onde se me fazem visconde'!
A república, na sua propaganda, sempre fez troça dos títulos da monarquia mas na verdade copiou tudo o que podia ser criticável e deitou fora tudo o que fazia sentido. Hoje temos toneladas de comendas distribuídas generosamente a cada dez de Junho e o critério da atribuição é, como se constata pelo despacho de acusação do 'processo marquês', bastante duvidoso! Dos cinco principais arguidos, todos eles são comendadores! Mais palavras para quê?!
Saudações monárquicas
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