A
república se quer distribuir títulos honoríficos tem em primeiro
lugar que compreender a substância da coisa. Um 'Everest' difícil
de transpor para quem troçava da monarquia* e pensa que aquilo são
taças ou troféus que se distribuem pelos campeões disto e daquilo.
Não é bem assim, convém incluir nessas distinções a noção de
direito/dever, de exemplo para os vindouros, que lhes deve andar
sempre associado. E nessas circunstâncias o dez de junho seria
bastante mais curto e mais sensato. Porém, sendo o que é, podem
acontecer posteriormente cenas ridículas como seja querer arrancar
do pescoço de algum comendador, entretanto caído em desgraça, a
medalha que afinal lhe foi atribuída por engano! Uma trapalhada.
Mais
ridículo ainda são aqueles comendadores que ameaçam devolver as
medalhas por acharem que um deles (para já) não é digno de
pertencer à Ordem em questão! Se a moda pega teremos em breve a
assembleia da república a fazer o exame prévio dos candidatos à
'valsinha das medalhas'**.
*Na
monarquia, pelo menos até 1820, os títulos tinham, para além da
recompensa, uma função social. E comprometiam quer o agraciado quer
os seus descendentes.
**
Letra e música de Rui Veloso.
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