A
república portuguesa afirme-se ou não democrática não precisa de
eleições. Esta é a grande conclusão que se pode tirar da greve às
urnas que ocorreu nestas eleições europeias. Batemos o nosso
próprio record e mostrámos à Europa, onde na generalidade dos
países a abstenção diminuiu, que realmente e ao contrário do que
imaginam os nossos políticos, somos muito pouco europeus, para não
dizer que não temos nada a ver com aquilo. Dali apenas esperamos que
nada mude para continuarmos a viver da generosidade alheia* sem ter
necessidade de fazer quaisquer reformas quer no regime quer nas
nossas vidas. É talvez por isso que ficamos tão aflitos com
qualquer fenómeno que possa alterar este estado de coisas, seja o
Brexit, seja o inevitável avanço das forças que se opõem a esta
união europeia. Que para as nossas 'elites' deveria ser eterna! E podem contar connosco porque em Portugal nada muda. Ou
então muda tudo para ficar tudo na mesma. É por aqui que devemos
também interpretar o desinteresse dos eleitores, o fecho do regime
sobre si mesmo, a ausência de oposição, e infelizmente a nossa
ausência nas mudanças que estão a acontecer na Europa. Ausência
sem alternativa e que pagaremos muito caro no futuro.
Saudações
monárquicas
*José Sócrates, em certo sentido, representa o actual espírito nacional.
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