quarta-feira, junho 03, 2020

Pontapé de saída


Mais logo a bola irá começar a rolar e por isso, com pensamento positivo, vamos olhar em frente. O Belenenses só joga sexta-feira e o que eu espero é que a equipa, que na altura da interrupção atravessava um bom momento, consiga aguentar-se no balanço. Mas nada de ilusões, isto é uma lotaria, ninguém sabe como se comportarão os jogadores, e os mecanismos de conjunto, depois de uma interrupçâo muito mais longa que qualquer pré-época conhecida! E sem ter havido os essenciais jogos de preparação. Eu sei que é igual para todos. O que não é igual para todos são as cinco substituições previstas, que posso compreender, mas que acabam por ser mais uma descontinuidade em relação aos vinte e quatro jogos anteriores. E aqui sim, favorecendo claramente os plantéis mais numerosos e homogéneos em termos de qualidade.

Dito isto, falemos então dos enormes constrangimentos que por certo irão rodear estas dez últimas jornadas. Para tal basta ter ouvido ou lido as recentes entrevistas dos presidentes do FC Porto e Benfica, amplamente difundidas, e perceber qual o clima que está instalado. Uma profunda desconfiança, uma profunda hipocrisia e desunião, que aliás tenho vindo a sinalizar nos meus postais. E agora 'ouvimos, vimos e lemos' que está tudo teso e a única preocupação não é salvar o futebol, mas o 'salve-se quem puder'! Soubemos por exemplo que o FC Porto teve que pedir dois milhões á banca (com aval da Federação!) para pagar salários! E o Benfica que tenta fazer figura de rico, através de uma comunicação social cartilheira, também não deve estar melhor. Vai portanto começar mesmo o 'torneio dos quarenta milhões'! Como vai acabar não faço ideia.

Uma última observação sobre a tentativa de furar os 'estádios á porta fechada' comparando o tema com outros espectáculos que têm acontecido com público. Em primeiro lugar vamos ver daqui por algumas semanas qual será o efeito deste desconfinamento apressado; em segundo lugar o futebol não é um espectáculo qualquer, tem uma vertente desportiva, baseada numa relação de rivalidade. Não é o mesmo que ir ao cinema. Em terceiro lugar, em época de excepção e com medidas de excepção, permitir que alguns estádios, porque têm capacidade para isso possam receber uns milhares de espectadores afectos á equipa da casa, enquanto outros, devido às reduzidas dimensões, só lá possam ter meia dúzia, é aprofundar as desigualdades, subvertendo mais uma vez a filosofia de que nesta emergência...'estamos todos no mesmo barco'.


Saudações azuis

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