terça-feira, agosto 09, 2005

"Naming rights"

A expressão assusta pela densidade mas traduz-se bem. Quer apenas dizer: "as mil e uma maneiras de vender o bilhete de identidade" !
Esta recente "descoberta" da engenharia financeira, fruto directo de uma união de facto entre a "alta gestão" e a publicidade, acaba por ser o resultado de inúmeras e aturadas experiências à volta de um dogma da ciência que, finalmente, ganhou outra clareza: "nada se perde, tudo se vende" ! ! !
Mas lamento desiludir a ciência, porque esta “descoberta” já é prática generalizada entre a marginalidade, nomeadamente para evitar uma "ressaca" eminente.
De facto, para arranjar a verba em falta, o pressionado cliente, resolve a questão através de um acto comercial bastante simples: vende o bilhete de identidade a um desses muitos imigrantes que do Mundo se dirigem para as "obras públicas portuguesas" !
Mal sabe ele que esse seu gesto tem uma componente de serviço público, pois alivia os guichets do Serviço de Estrangeiros e possibilita ao mesmo tempo que no Zaire ou no Biafra alguém possa receber o conhecido "rendimento mínimo de reinserção", com todas as vantagens universais inerentes! Excepto para o deficit, claro!
Seja como for, a "descoberta" está a ser devidamente implementada, e com aplauso geral, pelas luminárias que dirigem Benfica e Sporting, enquanto Pinto da Costa resiste!
No Benfica equaciona-se para já vender o nome do Estádio e desenvolvem-se esforços para convencer a águia "vitória" a aceitar uma vantajosa troca de identidade.
Sem querer imiscuir-me, atrevo-me a sugerir, para a águia - "caixa geral de depósitos" e para o padrinho - "idiota".
No Sporting, o "naming rigts" fica-se por enquanto pelas portas e portões, mas pelo ar triunfante de Dias da Cunha, o próprio Título do Visconde está em risco!
Eu sei que a Invicta não gosta de vender a alma seja a quem for, mas apesar de tudo, sugiro daqui uma pequena vingança, em nome da febre dominante que ameaça reduzir tudo a patacos: lembram-se da célebre louça sanitária do Estádio das Antas, que o Fisco resolveu penhorar?
Pois bem, sugiro que a troco de uma renda a combinar com o respectivo ministro, a citada retrete entre para a História com o nome de - "ministério das finanças e do plano" !
Esta ideia de troca permanente de identidades, longe de confundir, dizem os percursores que clarifica imenso a imagem do planeta e também a deste "jardim à beira mar plantado", e já nem me aventuro chamar-lhe outro nome, pois existe sempre a probabilidade de estarmos a preparar algum bom negócio...
Eu próprio estou tentado a mudar de nome para ganhar uns cobres e não me importaria nada que me passassem a chamar João da PT, enquanto não conseguisse despachar o João!
E não havia confusão nenhuma, já que os íntimos podiam continuar a tratar-me pela alcunha!

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