Ao fim da noite sentei-me no sófá. Já sabia que o Belenenses
tinha perdido, sem cabeça para ler ou ouvir música, liguei a televisão.
Passados alguns segundos iniciei a habitual peregrinação pelos canais - a fugir
do ritual Benfica (que inclui o Sporting), a fugir do Portas que é só ele e não
inclui ninguém que não seja ele, a fugir do Panteão onde felizmente não irei
morar, a fugir também do pobre Eusébio que não tem culpa nenhuma do uso e abuso
que dele fazem. Já sem esperança, acabei, imaginem… na casa dos segredos! Não
por muito tempo, é certo, mas o suficiente para descansar um pouco.
Ali não há
necessidade de tomar atenção a nada: - aos diálogos, às discussões, ao enredo, às
explicações, é tudo óbvio. Tem uma vantagem sobre os outros
canais: – é um retrato da época, do país, e não pretende
lavar o cérebro a ninguém. Aliás, o cérebro é coisa que não faz parte do
programa. O segredo da casa é esse. Campeão de audiências!
A seguir fui-me deitar.
Saudações monárquicas
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