Quando um dia se fizer a história
da terceira república Mário Soares será por certo um nome incontornável. E nessa
medida recairão sobre ele enormes responsabilidades. Filho da primeira república
teve no entanto o cuidado de não cometer os erros que apressaram o seu fim. Nesse
sentido preocupou-se em manter uma relação cordial com a Igreja Católica. No
que toca aos monárquicos é justo referir que não se poupou a esforços para proporcionar
um casamento de estado ao Duque de Bragança. Mário Soares era nessa altura
presidente da república. No mais, pode dizer-se que morreu amargurado vendo
ruir à sua volta todos os seus sonhos políticos. Sonhos internos e externos.
No lado interno a ‘sua’ terceira república afundou-se num mar de corrupção e só não foi ainda condenada porque os tribunais superiores são dominados pela maçonaria e não pela justiça! Mas existem outros pecados na ‘sua’ república que as frequentes peregrinações à prisão de Évora indiciam. Pecados dele e da nomenclatura do regime. Para os conhecer, se de facto existiram e qual foi a sua extensão, teremos que esperar, não pela democracia, que pelos vistos neste aspecto não funciona, mas por mais um golpe revolucionário que lave então a roupa suja da república anterior!
No lado interno a ‘sua’ terceira república afundou-se num mar de corrupção e só não foi ainda condenada porque os tribunais superiores são dominados pela maçonaria e não pela justiça! Mas existem outros pecados na ‘sua’ república que as frequentes peregrinações à prisão de Évora indiciam. Pecados dele e da nomenclatura do regime. Para os conhecer, se de facto existiram e qual foi a sua extensão, teremos que esperar, não pela democracia, que pelos vistos neste aspecto não funciona, mas por mais um golpe revolucionário que lave então a roupa suja da república anterior!
No plano externo também não foi
feliz. Aí, os seus sonhos transformaram-se simplesmente em pesadelos! A união
europeia com uma constituição napoleónica não vai existir e o mais certo é ela própria
desmoronar-se. Talvez tenha ido a tempo de perceber que depois duma união
soviética haveria poucas hipóteses de reconstruir na Europa um império laico, republicano
e socialista!
Mas pior do que tudo isso fica
ligado a uma descolonização que destruiu, sem honra nem glória, o império
português! E sem proveito para ninguém! A não ser para uns quantos ditadores,
cleptocratas e racistas, que ele tão exaltadamente condenava! Triste sina!
Finalmente, para um monárquico
como eu tinha uma grande virtude: - sabíamos quem era o adversário. Neste país é
raro sabermos isso. E o facto de não ter havido muita gente no seu enterro
também o enaltece. Numa terra de adesivos é sempre bom sinal quando eles
faltam.
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