Em Portugal até os rafeiros têm
raça! Ou se não têm arranjam uma, um pedigree qualquer, afinal somos todos
filhos de Adão e Eva. Há repartições que registam o facto, paga-se qualquer
coisa, e vem-se de lá com uma linhagem de se lhe tirar o chapéu.
E como há dias para tudo
resolvemos hoje celebrar o rafeiro, o rafeiro em estado puro, espécie muito
frequente nas nossas cidades e onde se reproduz fácilmente. Já não é assim no
interior do país, menos acolhedor, desértico, com menos oportunidades para
abanar a cauda, gesto de sociabilidade e louvor sem a qual não sobrevivem.
Mas a qualidade mais apreciada é indiscutivelmente
a fidelidade! A fidelidade a quem lhe dá a comidinha todos os dias! Também é
bom guarda, ladra por tudo e por nada, não vá o prato fugir-lhe! Às vezes
acontece mudar de dono e aí as suas qualidades de adaptação vêm mais uma vez ao
de cima. Até que surge a frase inevitável – foi com rafeiros deste quilate que
chegámos onde chegámos! Esta conclusão sempre me pareceu exagerada pois vejo-os
sempre a dormitar e com pouca vontade para aventuras. Mas pronto, é o dia
deles, vivam os rafeiros!
Saudações monárquicas
Nota básica: Para escrever este texto inspirei-me no rafeiro que tenho lá em casa, sempre disponível para comer e dormir. Neste sentido qualquer semelhança com outros rafeiros é pura coincidência.
Nota básica: Para escrever este texto inspirei-me no rafeiro que tenho lá em casa, sempre disponível para comer e dormir. Neste sentido qualquer semelhança com outros rafeiros é pura coincidência.
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