sexta-feira, janeiro 12, 2018

A monarquia e as repúblicas

No seguimento do último postal, e por contraposição, convinha explicitar a natureza da monarquia e já agora a qualidade do seu relacionamento com as repúblicas.

Sabendo que não existem regimes perfeitos, também sabemos que a monarquia surge na história política para solucionar os inconvenientes da república. E os inconvenientes da república têm a ver basicamente com a representação e com tudo o que daí decorre. Nomeadamente a sucessão e a arbitragem.

O problema maior resulta da óbvia incapacidade do chefe republicano para representar a raiz e o vínculo comunitário, que é o mesmo que dizer, o passado o presente e o futuro de determinada comunidade histórica. Os problemas menores, que não são tão menores como isso, são afinal o corolário do problema maior. O presidente eleito há-de puxar aos seus descendentes sanguíneos, favorecendo-os, porque é da natureza humana. E ainda que represente apenas uma parcela do eleitorado há-de favorecer quem o elegeu se não quiser ser apodado de traidor. Também por isto é incapaz de ser árbitro. Qualquer pessoa percebe.

No que toca ao relacionamento com os regimes republicanos, a monarquia por não ser uma religião mas um acto de inteligência, tem outra plasticidade e outro alcance. E pelo facto de assegurar ao chefe de estado, neste caso ao rei, uma representação muito superior a qualquer chefe de estado republicano, coloca-se noutro patamar. Isto também qualquer pessoa percebe. 

A título de exemplo recordemos uma célebre cimeira ibero americana e o ‘porque não te calas’ com que o rei de Espanha brindou o presidente da Venezuela! Parafraseando Bonaparte no Egipto, eram dez séculos de monarquia que mandavam calar cinco anos de xavismo. E todos perceberam as razões da autoridade de Juan Carlos. Incluindo o presidente da Venezuela.

No caso português que é o que mais nos interessa lembro a propósito uma frase do rei Dom Carlos – ‘Podemos estar de mal com todo o mundo, menos com a Inglaterra e com o Brasil’! Se Angola fosse nessa altura um estado independente o rei tê-la-ia incluído na excepção. E temos uma certeza: - à semelhança da relação que existe hoje entre a Inglaterra e os Estados Unidos, assim seria a nossa relação com Angola. Onde tudo se resolve, sem domínio ou submissão.


Saudações monárquicas

2 comentários:

Unknown disse...

Que Vossa Senhoria me desculpe pela pertinência, mas sempre pensei que fosse um pouco mais contundente nessa correlação Monarquia / República, mas não era sobre essa matéria que venho abordá-lo "assediá-lo". Quero, não, peço que adicione a verdadeira Ordem militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, na sua real e verdadeira representatividade. Vai ter que indagar, e nesse aspecto, tenho quase a certeza que vai decerto saber separar o trigo do joio. Mais, depois explico-lhe e dou-lhe factos, mas até ficamos em aberto a mais.
João, sabia que já temos um Condestável do Reino? Pergunte-me, que eu depois conto como é.
Jorge de Alvarenga-Fontes: 12º Conde de Alvarenga; 4º Visconde da Varzea

Unknown disse...

Esqueci-me de um elemento muito importante nos dias que correm: o número de telefone e mail. Pessoal e directo (de acordo com o antigo acordo ortográfico) 962418290 = E-mail: director.jornaldosreformados@gmail.com