".... O fim do regime
A candidatura de Cavaco Silva à Presidência da República constitui a última hipótese de salvação do regime do Bloco Central mas, paradoxalmente, é também o sinal de colapso desse mesmo regime.
O regime do Bloco Central criado no seguimento do Período Revolucionário em Curso (1974-1975) está em crise em grande parte por causa da máquina administrativa do Estado que criou e multiplicou. Estado esse que já nem tem verbas para se servir a ele próprio, mantendo os salários e as pensões, quanto mais para servir o país. Os últimos governos do PS e do PSD tentaram fazer pequenas adaptações, mas a reforma do Estado sovietizado montado e consolidado ao longo de trinta anos dificilmente se leva a cabo com pequenos remendos.A candidatura de Cavaco Silva pretende ser um factor de estabilidade mas a agenda que de facto defende é de garantir o controle necessário para que se implemente uma urgente instabilidade no aparelho administrativo do país. Todos sabemos que não há outra saída e a candidatura de Mário Soares tem de prosseguir exactamente os mesmos objectivos de reforma do Estado. Aliás Mário Soares já desempenhou esse papel quando, como Primeiro Ministro, permitiu que Ernani Lopes fizesse cortes de 30% no rendimento dos funcionários públicos, mas que agora não temos os instrumentos que a inflação permitia para os implementar.
Em suma, teremos um Presidente da República a fazer as funções de um primeiro ministro popular o que levará a perder grande parte da popularidade com o apoio às reformas urgentes do Estado. E quando as reformas forem implementadas nem teremos Governo nem teremos Presidente da República porque ambos se aliaram a fazer política que nenhum deles quis fazer sozinho.
Imaginem o que será quando a popularidade do Presidente da República descer abaixo dos dez por cento. Será que pede a demissão e o presidente da Assembleia da República assume o poder até novas eleições? Será que os militares intervêm derradeiramente no país instaurando o Presidencialismo, o Parlamentarismo, o Autonomismo ou a Monarquia? Qual será o papel da Espanha, dos Açores e da Madeira?
O regime do Bloco Central criado no seguimento do Período Revolucionário em Curso (1974-1975) está em crise em grande parte por causa da máquina administrativa do Estado que criou e multiplicou. Estado esse que já nem tem verbas para se servir a ele próprio, mantendo os salários e as pensões, quanto mais para servir o país. Os últimos governos do PS e do PSD tentaram fazer pequenas adaptações, mas a reforma do Estado sovietizado montado e consolidado ao longo de trinta anos dificilmente se leva a cabo com pequenos remendos.A candidatura de Cavaco Silva pretende ser um factor de estabilidade mas a agenda que de facto defende é de garantir o controle necessário para que se implemente uma urgente instabilidade no aparelho administrativo do país. Todos sabemos que não há outra saída e a candidatura de Mário Soares tem de prosseguir exactamente os mesmos objectivos de reforma do Estado. Aliás Mário Soares já desempenhou esse papel quando, como Primeiro Ministro, permitiu que Ernani Lopes fizesse cortes de 30% no rendimento dos funcionários públicos, mas que agora não temos os instrumentos que a inflação permitia para os implementar.
Em suma, teremos um Presidente da República a fazer as funções de um primeiro ministro popular o que levará a perder grande parte da popularidade com o apoio às reformas urgentes do Estado. E quando as reformas forem implementadas nem teremos Governo nem teremos Presidente da República porque ambos se aliaram a fazer política que nenhum deles quis fazer sozinho.
Imaginem o que será quando a popularidade do Presidente da República descer abaixo dos dez por cento. Será que pede a demissão e o presidente da Assembleia da República assume o poder até novas eleições? Será que os militares intervêm derradeiramente no país instaurando o Presidencialismo, o Parlamentarismo, o Autonomismo ou a Monarquia? Qual será o papel da Espanha, dos Açores e da Madeira?
O Regime do Bloco Central acabou e será um dos seus protagonistas que o vai terminar.
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* Tomás DentinhoDirector de 'A União'
Angra do Heroísmo. ..."