domingo, janeiro 15, 2006

Estorvo ou álibi?

Se calhar nem uma coisa nem outra! Ninguém sabe!
Souto Moura é por certo uma pessoa séria, civilizada, vê-se à distância. Por azar, por carreira, por uma natural ambição, achou-se a servir a República na hora errada em que alguém, inadvertidamente, abriu a ‘caixa de Pandora’ onde repousavam os pequenos segredos, os grandes delitos, até os vícios privados, desta família siciliana que nos governa. Para ser mais correcto, são duas famílias, mas com um ascendente comum.
O problema são os vícios privados!
Que não são assim tão privados porque a família sente-se dona disto e usa e abusa daquilo a que chamamos Estado à sua vontade! Deu-lhes tanto trabalho a conquistá-lo, (aproximadamente oito séculos), era só o que faltava se agora não o pudessem utilizar de acordo com os seus desígnios!
Mais um problema, portanto, para Souto Moura.
A família está apesar de tudo aflita! O termo é desesperada! Trocavam bem os negócios, a Chefia de Estado, tudo o que fosse possível, pela inexistência, supressão, abafamento desse maldito processo da Casa Pia.
E não olham a meios – inventam tenebrosas listas de escutas, disparam para todos os lados, põem em risco a própria segurança do Estado, do seu Estado, na secreta esperança de que surja uma solução que eles ainda não têm!
À falta de melhor, toca de atirar culpas para cima do Procurador!
É neste filme de terror que têm que ser analisadas as declarações irresponsáveis de Mário Soares – ‘é preciso acabar com as escutas’!
Então vamos acabar com as escutas por causa da Casa Pia? O País pode ficar a saque, não vá descobrir-se que na família existem pedófilos? Já avisaram os terroristas que tencionam acabar com as escutas?
Perderam a cabeça! Manter ou demitir Souto Moura é igual!
É a reputação da família que está em causa.
‘O resto é bilros’.

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