Sexta-feira passada, dia 17 de Março, a notícia de uma palestra sobre o Santo Condestável. Oportunidade para ouvir de viva voz o Duque de Bragança falar daquele seu ilustre antepassado! A sul do Tejo, no salão paroquial da Igreja do Feijó e por iniciativa do Corpo de Escuteiros local.
Bela iniciativa e belo pretexto.
Grande simplicidade como convém a um Santo, muita juventude, um livrinho a propósito e vamos lá reavivar os meus escassos conhecimentos:
Rompeu com a linha dinástica, soube purificar a memória, não destruiu nada, acrescentou-lhe um novo conceito – Pátria!
Deus, Pátria, Rei. Simples e eficaz!
Herói da minha juventude, outro Galaaz ou Parcifal, foi perdendo fulgor, usurpado pelo regime usurpador. Esteve para ser saneado no 25 de Abril!!! Com outros egrégios Avós!!! Tal foi o uso que dele fizeram, a confundirem o povo, tantas estátuas e ruas...quando ele exigiria apenas o exemplo.
Modelo para a juventude, a juventude não o conhece. Modelo de militar, os militares não o seguem. Modelo de dedicação ao próximo. O próximo que feche a porta!
A conversa seguia informal, o Senhor Dom Duarte falou da canonização em curso e do que isso representaria para Portugal. “Uma lança em África”, digo eu! Lembrando-me da sua insistência em participar, já velhote, na expedição a Ceuta!
Mas um militar que mata castelhanos pode ser Santo?
Na crueldade sem rosto do mundo de hoje, no tempo das ‘guerras preventivas’, a pergunta soa a falso. Nuno Álvares defendeu a Sua Pátria, não atacou ninguém. Poupou até ao limite a vida dos seus homens, e a dos seus inimigos! Que o respeitavam, que o admiravam.
O povo dizia que ele era Santo! Então não há-de ser Santo quem, com o mundo a seus pés, abdica de tudo e entra para um Convento! E mesmo aí, nesse Convento do Carmo, escolhe um lugar subalterno, para se dedicar totalmente aos pobres, aos que tiveram menos sorte na vida.
Por esta altura o espírito do Beato Nuno de Santa Maria já invadia o salão paroquial, os escuteiros atentos, ainda ouviram o empenho com que sempre protegeu as minorias, mouros e judeus, em testemunhos que o tempo não apagou! Uma vez mais a deixar a sua marca intemporal!
Uma última questão. E se o Condestável aparecesse de novo, se visse tantos castelhanos, tanta Europa a dar as suas ordens por aqui, como reagiria?
A pergunta está no ar e respondo eu: por muita compreensão e boa vontade que conseguisse angariar, estou convencido que Nuno Álvares Pereira, repetiria o gesto ameaçador que exibiu perante o embaixador castelhano: a cota de malha ainda ali estava debaixo do burel do monge, para o que desse e viesse. O embaixador castelhano percebeu imediatamente a mensagem.
E entre nós, alguém percebe alguma coisa?
Bela iniciativa e belo pretexto.
Grande simplicidade como convém a um Santo, muita juventude, um livrinho a propósito e vamos lá reavivar os meus escassos conhecimentos:
Rompeu com a linha dinástica, soube purificar a memória, não destruiu nada, acrescentou-lhe um novo conceito – Pátria!
Deus, Pátria, Rei. Simples e eficaz!
Herói da minha juventude, outro Galaaz ou Parcifal, foi perdendo fulgor, usurpado pelo regime usurpador. Esteve para ser saneado no 25 de Abril!!! Com outros egrégios Avós!!! Tal foi o uso que dele fizeram, a confundirem o povo, tantas estátuas e ruas...quando ele exigiria apenas o exemplo.
Modelo para a juventude, a juventude não o conhece. Modelo de militar, os militares não o seguem. Modelo de dedicação ao próximo. O próximo que feche a porta!
A conversa seguia informal, o Senhor Dom Duarte falou da canonização em curso e do que isso representaria para Portugal. “Uma lança em África”, digo eu! Lembrando-me da sua insistência em participar, já velhote, na expedição a Ceuta!
Mas um militar que mata castelhanos pode ser Santo?
Na crueldade sem rosto do mundo de hoje, no tempo das ‘guerras preventivas’, a pergunta soa a falso. Nuno Álvares defendeu a Sua Pátria, não atacou ninguém. Poupou até ao limite a vida dos seus homens, e a dos seus inimigos! Que o respeitavam, que o admiravam.
O povo dizia que ele era Santo! Então não há-de ser Santo quem, com o mundo a seus pés, abdica de tudo e entra para um Convento! E mesmo aí, nesse Convento do Carmo, escolhe um lugar subalterno, para se dedicar totalmente aos pobres, aos que tiveram menos sorte na vida.
Por esta altura o espírito do Beato Nuno de Santa Maria já invadia o salão paroquial, os escuteiros atentos, ainda ouviram o empenho com que sempre protegeu as minorias, mouros e judeus, em testemunhos que o tempo não apagou! Uma vez mais a deixar a sua marca intemporal!
Uma última questão. E se o Condestável aparecesse de novo, se visse tantos castelhanos, tanta Europa a dar as suas ordens por aqui, como reagiria?
A pergunta está no ar e respondo eu: por muita compreensão e boa vontade que conseguisse angariar, estou convencido que Nuno Álvares Pereira, repetiria o gesto ameaçador que exibiu perante o embaixador castelhano: a cota de malha ainda ali estava debaixo do burel do monge, para o que desse e viesse. O embaixador castelhano percebeu imediatamente a mensagem.
E entre nós, alguém percebe alguma coisa?
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